ACADEMIA VIRTUAL MAGEENSE DE Ciências, Letras e Artes - AVIMACLA
Patrono: Felipe Tiago Gomes
Presidente: Ivone Boechat
PERSONALIDADE QUE ESCREVEU UMA BONITA PÁGINA DA HISTÓRIA DE MAGÉ
Pessoas extraordinárias passaram por Magé. Duas irmãs bailarinas que brilharam no cenário artístico, moraram muitos anos no 6° Distrito de Magé: Mariana e Marta Vidal. São filhas de Bráulio Vidal- cidadão homenageado com seu nome no Parque Aquático e em uma das ruas de Piabetá.
Em Vila Inhomirim há uma Praça com o nome de Mariana Vidal e uma Rua com o nome de Marta Vidal.
A PRÓPRIA BAILARINA MARIANA VIDAL FALA DE SUA HISTÓRIA
"Ballet na cidade de Petrópolis é voltar no tempo da minha infancia, quando aos 9 anos, ainda morando em Magé, ganhei um piano do meu padrinho Rogerio Portela. Com o aprendizado da música clássica, eu e minha irmã, Marta, nos sentimos motivadas a aprender a dançar.
O ballet em Petrópolis traz recordações da adolescência, acompanhando minha irmã nas suas investidas ao conhecimento, quando iniciamos os primeiros passos de ballet com D. Isolda. Foi quando conhecemos Jane Ferraudy e Regina Carandina que nos indicou Jezebel Irigaray, nova professora de ballet em Petrópolis.
Em 1968, conhecemos Jezebel Irigaray dando aulas de ballet no Bridge Country Club, em frente ao Palácio de Cristal. Bailarina do Rio Grande do Sul, aluna de Tony S. Petzhold, nos levou para o mundo encantado do Ballet Clássico. Primeiramente com a coreografia Dança Árabe da Ópera Fausto de Charles Gnoud, quando dançamos eu, minha irma Marta Vidal e Regina Carandina. A nossa primeira apresentação, em1969, foi num palco montado em cima da piscina no Clube Le Blason, na Rua Ipiranga - Petrópolis.
A Dança Árabe rendeu muitas alegrias. Era a dança que a D.Vilani, mãe da Regina mais gostava, ao ponto, que na comemoração dos seus 80 anos, sua filha nos convocou a remontar a coreografia, que apresentamos na festa do Hotel Quitandinha. Remontagem que em 2006, nos trouxe outras tantas alegrias, buscando na memória, detalhes de movimentos dos pés e dedos das mãos, ornados com os anéis produzidos por Atílio, irmão da Regina.
O Imperial Ballet de Petrópolis foi criado pela bailarina, professora e coreógrafa Jezebel Irigaray, que dava aulas de ballet e ginástica de manhã até a noite. Os ensaios à noite, eram depois da última aula, a cooptação de jovens bailarinos, até chegar a termo das apresentações, foi de enorme empenho nessa cidade, promovendo a dança. Testemunho o quanto ela abriu mão das horas em família para estas realizações e movimentou toda a cidade: público, empresários, comerciantes, educadores, profissionais da saúde e envolveu até os jovens motoqueiros numa apresentação no Petropolitano Foot-Ball Club. Foi quando esses adentraram de moto no salão, no início da coreografia, com a música Fiver, do cantor Elvis Presley.
As memórias que tenho desse período vai do prazer de fazer uma aula de ballet, o convívio com as colegas de turma, a animada Mariângela, das colegas e dos inesquecíveis incentivadores: D. Vilani, mãe da Regina, Raquel, mãe da Lilian Pinto, Eliane e George, pais da Márcia Bayle, D. Vera e o Sr. Infante pais da Letícia Infante e seus avós D. Odete e o Almirante Natividade, assim como D. Enir, secretária, mãe da Cristina e a “crítica de dança”, Tia Cota, irmã da Jezebel.
Da montagem à apresentação no Teatro do Casablanca Center, inesquecível foi quando o figurinista das fantasias e cenógrafo, o carnavalesco Erick Santos, riscou os enormes tecidos estendidos no palco, preparou a tinta e, nós, bailarinas e bailarinos , pintamos o desenho do que foi o cenário de uma floresta. Foi um momento mágico, quando os tecidos pintados foram suspensos nas gambiarras.
Como não se encantar com toda essa transformação? Nesse cenário, dancei o Cisne de Tuanela de Jean Sibelius, o Pas de Deux de A Bela Adormecida com Luiz Carlos, com Toni, a Barcarolle de Jacques Offenbach dos Contos de Hoffman. Em Las Sílfides a Valsa de Chopin com minha irmã e as demais colegas e a Dança Árabe com Marta e Regina.
Da arte e das culturas do Brasil, tomei conhecimento, quando ia em visita à minha colega de ballet e de escola Angelita Masqueroni Werneck, através de livros que o seu pai, professor Carlos A. Werneck dispunha à mesa na sala, principalmente a cultura do nordeste. Mais tarde, a convite do Tony, quando me levou a dar aula de ballet em Recife, quando lá ja havia se estabelecido como professor de Jazz, foi a oportunidade de vivenciar a cultura do Nordeste no período do Movimento Harmorial de Ariano Suassuna, que me levou a trilhar o caminho em busca de uma linguagem contemporânea brasileira.
Assim foi, que nessa fonte primeiramente bebi e que em 1979, com a criação da Sede e da Cia. Dança Câmera Rio na Lapa, investi na prática e experimentação de uma linguagem de dança contemporânea brasileira.
Agradecida Marta, minha irmã, Agradecida a Jezebel, agradecida Tony, agradecida a Carlos A. Werneck por esse capítulo na minha existência.
Mariana de Souza Vidal
Petrópolis, 21 de setembro de 2020.
AINDA SOBRE MARIANA VIDAL
MARIANA VIDAL
Em maio de 1975, a partir de um convite do Departamento de Cultura do Rio de Janeiro, através do programa de circulação de espetáculos Pacote Cultural 1, os coreógrafos Angel Vianna (1928) e Klauss Vianna ( ) fundavam o Grupo Brincadeiras 2, precursor do Grupo Teatro do Movimento. O grupo, com uma proposta de integração da expressão corporal com a dança e o teatro foi formado, inicialmente, por oito dançarinos do Centro de Pesquisa Corporal Arte e Educação 3 : Lúcia Correa, Mariana Muniz, Mariana Vidal, Patrícia Hungria, Paulo Guinot, Regina Vaz, Roberto Giovanetti e Silvia Caminada. A eles se somaram Débora Growald, Dolores Fernandes, Graciela Figueroa, Jean-Paul Raijzeman, Luciana Hugues e Michel Robin 4. 1 Este foi um projeto pioneiro no Rio de Janeiro, através do qual o grupo independente de dança Teatro do Movimento recebeu subvenção estatal para seus trabalhos. O projeto permitiu que o grupo se apresentasse em várias cidades do Estado, em locais como colégios, praças públicas, manicômio judiciário, clubes e até em penitenciárias.
A estrela da bailarina Mariana Vidal brilhou muito forte e se destacou no universo da arte, honrando Magé.
Pelo seu esforço, sua dedicação e o grandioso sucesso na dança, a Academia Virtual Mageense de Ciências, Letras e Artes - AVIMACLA reconhece que MARIANA VIDAL merece o título de PERSONALIDADE QUE ESCREVEU UMA BONITA PÁGINA NA HISTÓRIA DE MAGÉ.
Magé, 07 de outubro de 2022
Ivone Boechat
Presidente
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