sexta-feira, 31 de outubro de 2014
Quando eu era criança, o velório era um acontecimento. A cidade era pequenina, então tudo se divulgava
rápido. Em pouco tempo, o alto-falante da igreja onde o falecido frequentava
comunicava, em alto e bom som, o passamento
desta para uma vida melhor, ou se usava um carro anunciando
detalhes: quem morreu, onde, idade, motivo do óbito.
A morte pairava nas piadas! Antes de acontecer o pior,
até o doente bem humorado brincava: fiquei tão mal que por mais um pouco comia
capim pela raiz; pensei que ia vestir um pijama de madeira, etc... Depois, se
porventura o sujeito morresse, aí, sim, a coisa era levada a sério e o
sepultamento era um fato
social marcante.
Naquele tempo não se fechava uma tampa de caixão sem
jogar perfume e pétalas de flores sobre o defunto. Já fui encarregada de
comprar muito perfume ruth para
pulverizar por cima do morto. Nunca me esqueci do cheiro. O perfume, claro,
perdia a personalidade, por causa do odor muito forte de cravo, cravina, brinco
de princesa, de rosas miúdas de cores variadas. Não havia casa de venda de
flores, as crianças saiam pedindo nas portas das casas. Já ouvi muita coisa.
- Esse defunto morava em cima da pedra?
- Vou dar, mas não sei nem se merece.
- Vá em paz.
Houve negação:
- Pra aquele cara? Bata em outra porta.
A caravana de crianças saía em mutirão solidário e não
respondia a nenhuma provocação, nada. Quem deu, tudo bem.
As coroas de flores eram artificiais, confeccionadas
com papel crepom.
Excepcionalmente, aparecia uma coroa de flor natural.
Se morresse um bebê, a partir de um ano, ou um jovem,
as pessoas choravam mais, conhecendo ou não o falecido. Quando morria um
velhinho, a conformação era maior, mas mesmo assim, as pessoas choravam muito
mais do que hoje. Na hora em que o caixão ia passando para o cemitério, as
portas do comércio ficavam quase fechadas. Os rádios eram desligados, os homens
tiravam o chapéu, até o de palha; era muito silêncio. Se fosse enterro de
católico, o sino da igreja batia compassado: tom... tom... tom... E eu ficava
pensando, que pena! Devia tocar pra todo mundo.
Os velórios tinham longa duração.
Os alto-falantes, dependendo da importância do sujeito, davam uma nota, de
tempo em tempo, com uma voz de relações públicas de necrotério: “A família de ...
comunica a sua partida...” - anunciando a hora tradicional do sepultamento
que nem era mais novidade pra ninguém: 16h. Todo mundo lá era enterrado nessa
hora. Um dia falei para o meu pai que a nota de falecimento estava errada,
porque a pessoa que morre não parte, ela chega. E vi que ele acabou rindo.
A verdade é esta: chorava-se mais! Ainda
havia loja vendendo lenço pra todo lado e a gente, ao sair de casa,
ouvia a recomendação: não se esqueça do lenço. Tinha lenço de tudo quanto era
jeito: xadrez, de bolinha, de florzinha. Era muita lágrima! Nas festas de
aniversário o que mais as pessoas ganhavam era caixa de lenço.
O luto pela morte era longo. Minha avó ficou de luto
uns 20 anos e com as duas alianças no dedo: a dela e a do jovem marido
falecido. Depois começou a vestir roupa cinza, até se vestir,
discretamente, como viúva eterna: roupas feitas com tecido de fundo preto e
flores brancas.
O cemitério estampava, logo na entrada: revertere ad locun tuun. Fui
saber o que significava aquilo com o único funcionário no local: o coveiro.
Fiquei espantada, porque o coveiro respondeu, automaticamente: - a
tradução daquilo escrito ali é: - Volte ao teu lugar.
Ele “sabia” latim e eu detestava. Ele disse o que
significava a frase, sem olhar para a parede, sabia de cor.
É assustador, mas aprendi a falar a única frase que eu
sabia no primeiro ano do ginásio com o coveiro. E não deu outra. Na segunda
feira, estufei o peito e disse para a minha colega de carteira escolar: revertere ad locun tuun. Ela me olhou assustada e eu esnobei:
aprendi latim (ela também tinha horror) e disse a frase, várias vezes, sem
tropeçar na pronúncia e traduzi, sem dicionário. Ela ficou de boca aberta. Onde
você aprendeu tudo isto. E eu nem parei para pensar: - no cemitério.
Ela também passou a frequentar os velórios!
Ivone Boechat
(extraído do meu livro Educação-a força mágica)
Ivone Boechat
(extraído do meu livro Educação-a força mágica)
sexta-feira, 24 de outubro de 2014
Reflexão
Ivone Boechat
Por que tanta aflição nesse período
eleitoral? Creio que o povo de Deus não tem que ficar olhando para a direção
errada. O foco não pode ser mudado. Quanto mais se desvia o olhar das promessas
de Deus e se concentra a esperança de dias melhores neste ou naquele político
ou num partido, mais ansiedade. E isto é muito claro. Pessoas de todas as
idades, de classes sociais as mais diversas, estão claramente perturbadas e
preocupadas com o resultado das eleições.
Certa vez o Senhor Jesus caminhava com os discípulos e Pedro ficou muito preocupado, porque João ficara pra trás. Foi advertido na hora pelo Mestre: - Pedro, olhe para mim.
Se alguém imagina que os problemas do Brasil serão resolvidos por homens, a Bíblia adverte: através do profeta Jeremias (17-5) “Maldito o homem que confia no homem”.
Vá para as urnas com a sua consciência tranqüila: não há pessoas perfeitas. Aquele que vencer não vai representar a unanimidade, vai sim, revelar o que teve mais argúcia, mais dinheiro para gastar no pleito, que conseguiu encantar com mais promessas fantásticas ou pode também revelar a vontade de Deus. Com certeza o cheiro do comportamento em terras brasileiras não pode agradar o gosto refinado de justiça que emana do céu. Deus não se deixa escarnecer.
Certa vez o Senhor Jesus caminhava com os discípulos e Pedro ficou muito preocupado, porque João ficara pra trás. Foi advertido na hora pelo Mestre: - Pedro, olhe para mim.
Se alguém imagina que os problemas do Brasil serão resolvidos por homens, a Bíblia adverte: através do profeta Jeremias (17-5) “Maldito o homem que confia no homem”.
Vá para as urnas com a sua consciência tranqüila: não há pessoas perfeitas. Aquele que vencer não vai representar a unanimidade, vai sim, revelar o que teve mais argúcia, mais dinheiro para gastar no pleito, que conseguiu encantar com mais promessas fantásticas ou pode também revelar a vontade de Deus. Com certeza o cheiro do comportamento em terras brasileiras não pode agradar o gosto refinado de justiça que emana do céu. Deus não se deixa escarnecer.
“Porque o Senhor é o nosso Juiz (judiciário) o Senhor
é o nosso Legislador (legislativo) o Senhor é o nosso Rei (executivo)
Isaías 33:22
Isaías 33:22
segunda-feira, 20 de outubro de 2014
sexta-feira, 17 de outubro de 2014
Conta-se que um político famoso, com ficha invejável de
corrupção, sonhou que morreu e quando abriu o olho estava no céu. Ih! Foi uma
festa! Ali estavam corruptos de todos os estados do Brasil, agrupados, tristes,
num canto, totalmente desajustados, inadaptados, enfadados. Com a chegada do
novo colega de trabalho na terra, se animaram.
- Que bom que você chegou!
Disseram em coro.
- Vamos falar com alguém aqui no céu para resolver nosso
problema.
-Como poderemos
descansar a alma num ambiente sem disse-me-disse, sem corrupção, sem
toma-lá-dá-cá, sem nepotismo, sem tentação ? Como pode alguém ser feliz assim?
Então os políticos
reclamaram e foram orientados a decidir onde gostariam de ficar eternamente.
Foram para o plenário e teriam que votar democraticamente num painel, mas foi
explicado que ninguém poderia fraudar o resultado. Havia duas opções: CÉU ou
INFERNO. Inferno ganhou por unanimidade.
Os políticos
desceram para o inferno se regozijando com o resultado. Ali, o dono do inferno
recebeu aquelas almas com espetacular festa: bumba meu boi, forró, samba,
carnaval, axé, fofoca pra todo lado, traição, corrupção, fraudes, propinas,
fingimento...
A cada cinco minutos
ressoavam no inferno promessas de melhores dias, parecia que tudo ia se
transformar num paraíso. Foi uns quinze dias de promessas, propostas, abraços,
churrasco, buchada, macarronada, festival de sorvete, chimarrão, mas no décimo
sexto dia, começaram a sentir um cheiro de enxofre, gemidos, tristeza, luzes
foram se apagando e ninguém conseguia ver nem o companheiro.
A comida e as bebidas acabaram e o sofrimento chegou.
Reclamações e dores se instalaram.
O grupo já não
era visível. Reclamar onde? O dono do inferno sumiu, não tinha mais onde buscar
solução de nada. Um deles, daqueles políticos que mais pecaram no mundo,
conseguiu falar, falar não, gritar:
- Ei, se alguém
está me ouvindo responda, porque fomos felizes nos primeiros dias e agora
estamos nessa agonia tão grande.
E uma voz
horripilante esbravejou:
- Os primeiros
dias são reservados para a minha campanha eleitoral, fui eleito, agora começou
o meu programa de governo.Rá,rá,rá,rá,rá...
Ai, que alívio,
foi um pesadelo, acordou o político.
(autor
desconhecido)
segunda-feira, 13 de outubro de 2014
Professor
Ivone Boechat
Alguém um dia se propôs a trabalhar na construção de
vidas, estudou psicologia, filosofia e as melhores técnicas de comunicação.
Passou dias, horas e minutos, observando o comportamento de todas as faixas
etárias do ser humano.
Alguém que se percebeu vocacionado e, atendendo aos apelos do coração, inscreveu-se na batalha de frente da luta milenar contra os analfabetismos.
Alguém se especializou nas oficinas mecânicas do ser humano e candidatou-se a reformar conceitos e valores da educação mal orientada.
Alguém se inscreveu no concurso da vida, não se importando de sacrificar o próprio corpo na concorrência desleal de convênios, convenções, tratados e dissídios.
Alguém se fez alheio às dificuldades, tendo plena certeza delas, e saiu disposto a questionar leis, portarias, resoluções e regimentos. Nos desmaios da sobrevivência, impôs-se.
Alguém foi nomeado, designado, empossado para o exercício do magistério, não se perdeu no labirinto do caminho nem se assustou com o fantasma da exigência impossível. Saiu a procurar o aluno perdido, nas balas perdidas da guerra civil.
Alguém convive com a distância, com a fome, com a injustiça, com a carência e a canseira, contudo, ensina gerações a acreditar no futuro, a ter fé e não se deter.
Para um ser assim tão especial, só um nome poderia identificá-lo: PROFESSOR.
Alguém que se percebeu vocacionado e, atendendo aos apelos do coração, inscreveu-se na batalha de frente da luta milenar contra os analfabetismos.
Alguém se especializou nas oficinas mecânicas do ser humano e candidatou-se a reformar conceitos e valores da educação mal orientada.
Alguém se inscreveu no concurso da vida, não se importando de sacrificar o próprio corpo na concorrência desleal de convênios, convenções, tratados e dissídios.
Alguém se fez alheio às dificuldades, tendo plena certeza delas, e saiu disposto a questionar leis, portarias, resoluções e regimentos. Nos desmaios da sobrevivência, impôs-se.
Alguém foi nomeado, designado, empossado para o exercício do magistério, não se perdeu no labirinto do caminho nem se assustou com o fantasma da exigência impossível. Saiu a procurar o aluno perdido, nas balas perdidas da guerra civil.
Alguém convive com a distância, com a fome, com a injustiça, com a carência e a canseira, contudo, ensina gerações a acreditar no futuro, a ter fé e não se deter.
Para um ser assim tão especial, só um nome poderia identificá-lo: PROFESSOR.
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/conteudoJornal.html?request_locale=es&idConteudo=514
domingo, 12 de outubro de 2014
sábado, 11 de outubro de 2014
quinta-feira, 9 de outubro de 2014
As políticas públicas para atender aos clamores da educação parecem estar sensacionais. Parecem!
Nas Escolas, há uma euforia lá para o lado dos refeitórios, uma verdadeira festança: hambúrguer, macarrão, muita salsicha, um festival de massa de tomate. E os fabricantes de mochilas, uniformes, cadernos e livros dando testada uns nos outros para vencer a maratona da concorrência e de encomendas! Na área de equipamentos, há um amontoado de fios e benjamins e lap top e tablet, data show, uma exposição de salas de informática que é um zun-zum, e ...vale transporte para as crianças...
Aí, você passa pelos diários de frequência às aulas, confere o resultado da aprendizagem, anda pela avenida do desempenho e o resultado bate de frente com a qualidade da educação. Aquilo tudo não contribuiu, como se esperava, para a melhoria do rendimento escolar? Não rendeu tudo isto! O Rio de Janeiro amargou uma classificação no desempenho que é um horror, empatou com o Amapá no último lugar em resultados...Será por que?
Será por que? O que adianta uma tecnologia pós-moderna e uma metodologia ultrapassada? De que vale um lap top na mão direita do professor e um salário de fome na outra mão? O que adianta uma barriga cheia de salsicha e um cérebro transbordando de informações desencontradas? Por que se adota um método de alfabetização já desprezado e condenado pelos países que têm interesse em acabar com o analfabetismo? O Brasil insiste... as crianças não são burras, o método adotado é para confundir.
Coitado do professor! Cada um que se candidata e se esparrama por cima do salário milionário de político tem a cara de pau de dizer que sabe onde estão os maiores problemas da educação - e sabe mesmo, por isso passa bem longe da solução. Alguns chegam a propor plano de carreira e o professor passa a vida correndo e se desgraçando nos quatro empregos, correndo para morrer de tanto trabalhar. É isto que é carreira? Ah! então o professor tem plano de carreira!
Coitado do professor, ele vê as crianças indo para a Escola com vale transporte, ele vai de carona, a pé, de bicicleta... Não que ele não concorde com essa proposta de dar conforto material ao aluno, só que ao professor só oferecem mais serviço... Quando alguém vai se lembrar de que o professor, diante desta zoeira toda de modernidade, precisa estudar e se atualizar, cada dia mais, se vestir melhor, falar, pelo menos duas línguas... e viver pelo menos 30 anos com a esperança de se aposentar.Morrer ensinando que tudo vai melhorar...no céu!
(extraído do Educação-a força mágica)
quarta-feira, 8 de outubro de 2014
Despojar-se das
vaidades passageiras da vida, vestir a túnica da humildade, calçar a sandália
do pescador, comer com ele, identificar-se com as expectativas do povo, a
exemplo do que fez Jesus e estar disposto a:
Sensibilizar-se com a dor e as
dificuldades do próximo;
Repartir alegrias, multiplicar o
amor;
Compreender erros e oferecer
soluções;
Deixar o rastro das
pegadas marcadas pela fé, em qualquer
caminho;
Demonstrar serenidade nas atitudes
e sabedoria
capaz para ser recebido
em todas as moradas;
Crer no milagre do
amor e na ressurreição da esperança;
Identificar-se
com aqueles que baterem na sua porta no
dia da
angústia;
Ser
paciente;
Estar sempre pronto a recomeçar:
Cumprir com seus deveres de professor;
Ser honesto nas propostas e propósitos;
Então, assuma a mais nobre posição que o ser
humano é capaz de alcançar:
Você é
educador!
segunda-feira, 6 de outubro de 2014
sábado, 4 de outubro de 2014
sexta-feira, 3 de outubro de 2014
Conta-se que
um fanático rei mandou construir uma cama de ouro, muitíssimo valiosa, adornada
com milhares de diamantes e mandou que a colocassem no quarto de hóspedes do
palácio. Através de um edito o rei abriu inscrições para o povo se inscrever e
concorrer a passar uma noite como sempre que havia convidados o rei elogiava a
cama e dizia do prazer que sentia por receber pessoas tão ilustres. Porém,
existia uma condição: o convidado teria que se encaixar na cama que fora
fabricada sob medida. Se fosse gordo, o hóspede deveria ser cortado para caber
na cama, com a desculpa do preço e do valor da cama.
Era impossível
encontrar alguém que se ajustasse ao tamanho do leito real, porque o homem
médio não existe e o móvel do político-rei era de tamanho único, mas as pessoas
são diferentes. Sendo o rei matemático, mandou medir a altura de todos os
cidadãos e dividiu o resultado entre os cidadãos de sua cidade, assim obteve o
tamanho do homem médio.
Na cidade
havia pequenos, gente jovem, gente idosa, pigmeus, gigantes, porém o homem
mediano não havia. E a cama do rei continuava matando o gordo, o magro, o
baixo, o alto... O rei não tinha culpa nenhuma, ele tinha o maior prazer de
receber as pessoas, elas eram culpadas, porque não cabiam na cama preciosa do
rei. Tão hospitaleiro e tão bom! Ele tinha uma equipe de funcionários aptos
para esticar o baixinho até caber na cama. Chegava morto, claro! Eram muito
esforçados aqueles funcionários públicos, mas o homem era baixinho, a culpa era
dele!
Que lição
pode-se aprender! As políticas públicas existem, lindas, perfeitas, humanas,
caríssimas, preciosas! Só que o cidadão não se ajusta a elas; eles não se
encaixam nos hospitais abarrotados e com filas de espera, não se encaixam nas escolas
sem professores, não se encaixam nas ruas infestadas de bandidos soltos,
atirando pra todo lado, mas o rei tem o maior prazer de fazer o enterro do
hóspede de graça - de graça não - toma o dinheiro do baixo, do gordo, do magro,
do alto e o investe num cemitério pobre, cheio de mato, abandonado e triste,
sem flores. O defunto foi culpado, porque não teve dinheiro para fazer um plano
de saúde e um plano pós-vida. Que culpa tem o rei?
A educação,
esta sim, é a verdadeira culpada! Por que não se educa para a competência de
enxergar e distinguir políticas públicas de políticas privadas, mas,
principalmente, aquelas que deveriam ir diretamente para as privadas públicas?
quinta-feira, 2 de outubro de 2014
É muito interessante lembrar
a história antiga de uma Escola que estava prestes a ir à
falência, e os pais, professores e alunos se reuniam nas esquinas, nos bares,
nas praças, em qualquer lugar, para apontarem os culpados. Cada qual gritava
mais alto que o culpado só podia ser o “fulano”. Conversa vai, conversa vem e a
situação só piorava. O tempo passava e nada de solução. A Escola estava nas
últimas.
O
diretor resolveu marcar o dia do enterro da instituição. Todos se assustaram,
porém, ficaram curiosos para ver a cara do defunto. No dia e hora marcados, lá
estava a comunidade em peso para a solenidade do velório. No meio de um grande
auditório, colocaram um enorme caixão de defunto aberto e o diretor organizou a
fila dos presentes para o último adeus ao finado.
Silêncio!
Muitas flores e muita expectativa. À medida que foi dada a ordem para olharem
dentro do caixão, a decepção foi geral. O corpo do defunto estava coberto de
flores, mas no lugar do rosto, havia simplesmente um espelho. Cada um que se
mirava no espelho tomava um susto e saía pensativo.
A
idéia serviu de lição, porque, em pouquíssimo tempo, a Escola "ressuscitou" e ninguém nunca mais
se esqueceu de que a responsabilidade pelo sucesso de uma instituição pertence a
cada um.
(extraído do livro Educação-a força mágica)
(extraído do livro Educação-a força mágica)
quarta-feira, 1 de outubro de 2014
Oração do idoso
Ivone Boechat
Senhor,muito obrigada pelas pessoas
que me empurraram pra frente
com as ferramentas da inveja...
Devo muito a elas,
provei que se pode viver
muitos e muitos anos,
quase sozinho,
guiado pelas velas
que foram colocando
no caminho
para me enterrar...
peguei as mais potentes e belas,
fiz um grande luzeiro para me iluminar.
Senhor,
obrigada pela minha vida,
pelas lutas da idade,
pelo caminho duvidoso,
pelas vitórias também,
obrigada pelo privilégio
de ser idoso,
bênção da longevidade,
glória da maturidade,
amém.
( (extraído do Amanhecer 3a. e 4a.edição)
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