sábado, 11 de fevereiro de 2023

Zilma Azeredo Boechat

 Academia Virtual Mageense de Ciências, Letras e Artes –AVIMACLA

Presidente: Ivone Boechat
Patronesse: Marie Louise de Mattos
Acadêmica: Gabriela Boechat
Cadeira: 11
PERSONALIDADE QUE ESCREVEU UMA BONITA PÁGINA DA HISTÓRIA DE MAGÉ
PROFESSORA ZILMA AZEREDO BOECHAT
Zilma Azeredo Boechat (22/11/1922 - 20/02/2020) nasceu em Bom Jesus do Itabapoana-RJ; filha de Corintho Azeredo e Silva e Othelina Stephen de Azeredo. Casou-se com Emiliano Boechat de Oliveira (1910-1990) e tiveram seis filhos.
Na semana do casamento de Zilma e Emiliano (24 dezembro de 1940), Corintho, seu pai, morreu de malária. Mesmo assim o casamento foi realizado no Cartório em Bom Jesus do Itabapoana - Norte do Estado do Rio e, logo após, viajaram para Santo Aleixo, onde moraram durante o ano de 1941. No final desse ano, voltaram para Bom Jesus. Em 1946, retornaram para Santo Aleixo, morando ali, até 1968.
A história da professora Zilma mudou de cenário, quando foram morar em Magé. Sua mãe, viúva e com 10 filhos, vendeu o maravilhoso sítio de Bom Jesus do Itapaboana, onde tinham conforto e fartura e vieram também para Santo Aleixo. O recurso financeiro da venda do sítio aplicaram no Banco Fluminense, em Santo Aleixo. O Banco “faliu” e deu uma rasteira em todo mundo. Seus irmãos foram trabalhar na Fábrica Esther e Fábrica de Andorinhas. Foram morar na Vila Operária, numa casa da Fábrica Esther.
A família não desanimou.
A matriarca da família, Othelina Stephen de Azeredo, viúva aos 42 anos, começou a costurar roupas masculinas. Quem podia pagar pagava e quem não podia nunca foi lhe negado o serviço. Sua filha mais velha, Zilma, costurava roupinhas de bebês e crianças maiores. Fazia uniformes para as escolas.
Em Santo Aleixo, Zilma se juntou ao projeto de Assistência Social da Sra. Marina, esposa de Dr. Sebastião, médico da Fábrica Esther na missão de preparar enxovais de bebê para pessoas carentes. A tarefa era fazer X enxovais num determinado prazo. Zilma ainda fazia sapatinhos de tricô.
Convidada pela professora Rute Telles de Menezes muito amiga da família, foi trabalhar no Grupo Escolar Joaquim Leitão, onde atuou como professora, nos anos de 1947/1948. Professora Zilma é uma professora pioneira em Santo Aleixo.
A casa da professora Zilma sempre foi pensão, hospital, posto de saúde, maternidade; de portas abertas para receber e abrigar a todos os que ali batessem à procura de ajuda. Sua vocação para a assistência social sempre foi a sua marca. Houve episódios de mães que precisavam passar por cirurgias e os filhos ficavam aos seus cuidados, em sua casa. Em Santo Aleixo, a professora Zilma, foi mãe e avó de quem precisasse. A professora Elzira Pinto Ramos lecionava na Escola Batista A.B Christie e a professora Zilma tomava conta do bebê, Elben, filho da professora Elzira.
Em 1968, Zilma e o esposo, Emiliano, foram morar em Piabetá com a família reduzida, porque os filhos mais velhos já eram casados.
E o que aconteceu? Zilma, minha homenageada, aos 50 anos, foi estudar à noite no Centro Educacional Visconde de Mauá- CNEC. Fez o Ensino Médio, o Curso de Formação de Professores e foi fazer a Faculdade de Estudos Sociais na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Duque de Caxias RJ Ao concluir o Ensino Superior, voltou à Faculdade, sempre à noite, e fez o Curso de Secretária. Fazia o percurso de ônibus ou de trem.
Zilma se aposentou aos 65 anos, como professora que era no Centro Educacional Visconde de Mauá - Escola da Campanha Nacional de Escolas da Comunidade – CNEC
A doce professora Zilma foi homenageada e respeitada por seus alunos, pelo seu exemplo de determinação. Ela ensinou o tempo todo sobre a importância do trabalho e a alegria de ajudar ao próximo.
No Centro Educacional Visconde de Mauá, socorria os professores, dando-lhe almoço, porque o intervalo entre turnos era reduzido e o salário também.
Pelos tantos anos que a professora Zilma morou em Piabetá, seus alunos se tornaram adultos e com a professora já aposentada e idosa, iam à sua casa á procura dela para confeccionar os enxovais de seus bebês. Ela costurou roupas de bebê, até os 95 anos.
Por ser uma professora pioneira em Santo Aleixo, pela sua determinação, pelo esforço pessoal de ajudar ao outro, pela coragem de enfrentar trens e ônibus para estudar à noite em Duque de Caxias, depois dos 50 anos, pela liberalidade e consagração de sua vida em prol dos seus alunos, por ter sido pioneira na educação em Santo Aleixo
ZILMA AZEREDO BOECHAT É UMA PROFESSORA INESQUECÍVEL.
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