sábado, 11 de fevereiro de 2023

Adalberto Moura

 Academia Virtual Mageense de Ciências, Letrras e Artes - AVIMACLA

Presidente: Ivone Boechat
Patrono: Laércio Agra Neto
Acadêmico: Joze Walter de Moura
Cadeira: 05
EVENTO COMEMORATIVO
ANIVERSÁRIO DA AVIMACLA
09/de junho de 2021
PERSONALIDADE QUE ESCREVEU UMA BONITA PÁGINA NA HISTÓRIA DE MAGÉ
ADALBERTO DE MOURA, o "BITO"
Músico, Compositor e Artesão Mageense.
Notabilizou-se pela sua amabilidade para com todos e o seu eterno bom-humor.
Sempre um sorriso alegre, sabia ouvir, mantinha-se humilde, sem fanfarras.
Nasceu em 1908 e Faleceu em 1995.
Filho do português Arthur Bessa Moura e de Hermagores de Abreu Moura (Dona Neném).
Cedo o pai morreu num incêndio acidental causado por uma lamparina.
A casa onde viveu infância e juventude era muito humilde, geminada, chão de barro-batido.
Eram seis filhos da Dona Neném: Bito, Juca(Juca-Onça), Filhinha, Ina, Lunda e Valdo (Valdomero).
Com a morte do Pai, junto com o irmão Juca, decidiu abandonar a Escola abrindo mão para o Caçula (Valdomero) estudar.
Os irmãos ganhavam a vida duramente, cortando lenha no morro.
Depois, Juca e Valdo foram trabalhar no Serviço de Malária e Bito foi para a Fábrica.
Aprendeu música e foi tocar Piston na Banda de Magé. O sopro dele era muito suave e bonito.
Em 1942 casou-se com Esmeralda, linda mulher, loura natural de olhos verdes.
Foi morar na Rua da Madeira, levando sua mãe.
Pouco depois ela morreu de Tuberculose, na época fatal e incurável.
Ele nunca mais se casou e dedicou-se a cuidar (carinhosamente e bem) da sua velha Mãe.
Por conta disso, passou anos e anos sem sair durante a noite.
Enquanto isso, abraçou a Arte:
Foram inúmeras Composições Musicais, entre os mais diferentes rítmos polulares e clássicos.
Ele escrevia partituras à noite, conferindo no Piston, baixinho para não incomodar nem a mãe nem os vizinhos.
Dentre suas músicas, uma das mais bonitas era um Tango Argentino que chamou de "Rancho Sem Flores" em alusão
à finada esposa. Essa peça foi reconstituída de memória em um Computador e até hoje costumamos ouvi-la.
Sua caligrafia era belíssima. Desenhava muito bem ... em papel-de-pão.
Na falta de um ateliê de pintura, ele fazia belos quadros bordados em pano de saco de farinha, com linhas
coloridas recolhidas aqui e ali, tecidos desfiados, etc.
Usando seu Canivete e Martelo, fez muitas esculturas em madeira da lenha recolhida no morro.
Três anos foi o tempo que levou para construir uma mesinha de cabeceira toda entalhada,
e peças perfeitamente encaixadas, sem levar um prego sequer. As gavetas deslisavam impecavelmente.
Fazia ginástica ... ficava um tempo plantando bananeira ioga "pro sangue subir na cabeça", dizia ele.
Seus ditames eram sábios e com fundamentos:
"- Velho tem de ter pernas fortes, prá sustentar bem o corpo sem forçar o coração!"
"- Cada pessoa é um pedacinho da gente - somos irmãos!"
"- Todos os dias a gente morre um pouquinho (células velhas) mas também nasce um pouquinho!"
"- Quem confia em Deus é destemido da vida!" ...
Sempre jovial, aos 60 anos subia na Caixa d'Água para "brincar de índio" com seu sobrinho Edinho (temos foto).
Aos 82 ainda levantava um homem de mais de cem quilos usando apenas um apoio lateral de um dos braços.
Aos 87, num check-up na Casa de Saúde de Magé, um certo médico disse que ele tinha hérnia e que precisava operar
(interessante que ele nunca sentiu nada).
Ficou internado, pegou uma infecção hospitalar e veio a falecer.
PELA SUA CAPACIDADE DE SUPERAÇÃO, PELOS LINDOS PROVÉRBIOS E COMPOSIÇÕES MUSICAIS, PELOS MÚLTIPLOS DONS NA ARTE, PELO GRANDIOSO AMOR POR MAGÉ
ADALBERTO DE MOURA
É PERSONALIDADE QUE ESCREVEU UMA BONITA PÁGINA NA HISTÓRIA DE MAGÉ.
Todas as reações:
Você, Silvana Boechat, Sônia Monteiro Chiappini e outras 24 pessoas

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