domingo, 26 de dezembro de 2010

Feliz Ano Novo







ANO NOVO

No horizonte da esperança, vão raiar as luzes de uma nova era. O Ano Velho está saindo, alquebrado, gasto; curvado ao peso dos dias, das promessas, da solidão. Vem chegando o ANO NOVO, como bebê recém-nascido, gerado no ventre da eternidade, assustado pelo calendário, com medo da humanidade.
ANO NOVO, criança frágil que ensaia os primeiros passos, na cadência de doze meses pequenos demais para tantos planos. Ainda não aprendeu a falar a linguagem desatualizada do Ano Velho: não tive tempo, me esqueci, amanhã eu vou, um dia volto, não posso.
O ANO VELHO sai em contagem regressiva pela estrada descartável da ingratidão, nem sabe o que fizeram das 365 oportunidades anotadas diariamente na sua agenda de oportunidades. Muitos fizeram de conta que não viram as 24 horas despejadas pelo caminhão de entrega celestial e muita coisa perdeu-se do lado de fora.
Na reconstrução do tempo, não se olha para trás. Tão logo o relógio aponta o minuto que faltava, já foi. Sem despedida e desculpas, passou você, ficou a realidade do simbólico e do imaginário, na curva do infinito. Já era.
ANO NOVO! A hora é agora, não se espera na estação do tempo o que já era.
Vem o NOVO! Chega depressa, sem avisar. Na empresa da vida não se arquivam ideais: ficam expostos na vitrine do potencial que saltam das prateleiras, toda vez que o painel de atitudes entra em ação. O automatismo de decisões faz parte da capacidade individual e ressalta na luminosidade da visão confiante. A maior pedra de tropeço nesta estrada é VOCÊ.
FELIZ ANO NOVO! Feliz construção de cada dia! Feliz administração da vida! Feliz desempenho na gerência das emoções, no controle do EU, na conquista do espaço, no exercício do respeito.
A velhice do Ano Velho, em fase de substituição, já mostra rugas de preocupação na testa do dever cumprido. Um vendaval de desculpas sopra forte sobre os erros, deixando à mostra as cicatrizes do mau uso do tempo. Cuidado com o vento.
Feliz Ano Novo, sempre!

Ivone Boechat

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010