Ivone Boechat: Maria Patrocínia de Oliveira

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

Maria Patrocínia de Oliveira

Academia Virtual Mageense de Ciências, Letras e Artes - AVIMACLA

Patrono: Felipe Tiago Gomes    
Presidente: Ivone Boechat    

PERSONALIDADE QUE ESCREVEU UMA BONITA PÁGINA DA HISTÓRIA DE MAGÉ

MARIA PATROCÍNIA DE OLIVEIRA

Mulher maravilhosa, grande guerreira, fez história em nossa terra. Amada e respeitada, ganhou fama por sua atuação como parteira, trazendo ao mundo centenas de crianças. Teve, também, grande destaque como benzedeira.
Seu nome era Maria Patrocínia de Oliveira, uma mineirinha linda e interessante, nascida aos primeiros dias do Século XX, em São João Nepomuceno/MG.
De família pobre, começou a trabalhar, ainda pequena, como doméstica. Mais tarde, também trabalhou em uma fazenda, onde plantava, colhia e cuidava de animais.
Jovem ainda, casou-se e teve duas filhas: Maria e Isolina, mas, após algum tempo, o marido passou a espancá-la e, no auge das ofensas, até a ameaçava de morte.
Decidida a não mais sofrer, Maria Patrocínia fugiu da cidade. Sem destino certo, tomou um trem que seguia para o Rio de Janeiro e, após longas horas de viagem, desembarcou na Raiz da Serra - 6° Distrito de Magé - RJ com suas meninas. Presume-se que corria o ano de 1931 e que ela estivesse com cerca de 30 anos, quando aqui chegou.
Desconhecemos as dificuldades da destemida senhora em sua fase inicial em Vila Inhomirim. Sabemos, entretanto, que, em muito pouco tempo, ela conseguiu um terreno na Serra Velha, e ali ergueu um pequeno barraco de pau-a-pique para morar com as filhas. Acostumada ao trabalho duro, construiu a moradia com as próprias mãos, não se valendo do auxílio de outrem.
Com muito trabalho e dedicação, rapidamente o local tomou ares de um pequeno sítio, com destaque para a criação de porcos, cabritos, patos e galinhas. No restante do terreno foram plantados alguns pés de cana e muitos pés de café.
Incansável, a nobre mulher cuidava das filhas, da criação e da plantação. Lavava, passava, cozinhava e fabricava linguiças.  Ela mesma matava, limpava e vendia os animais. Ela mesma plantava, colhia, torrava, moía e vendia o café. E, ainda, exercia as funções de parteira, com muitos atendimentos. Saía a qualquer hora do dia ou da noite para atender mulheres em trabalho de parto. Naquela época não havia luz elétrica na Raiz da Serra e a intrépida senhora saía a pé, quebrando a escuridão com a luz de velas ou de uma lamparina a querosene.
Nunca reclamava e estava sempre pronta para agir e servir.
Todos os netos nasceram pelas suas mãos e continuaram sob os seus cuidados, para que Maria e Isolina pudessem trabalhar.
Dona Maria Patrocínia tinha também o dom da reza. Alcançava ótimos resultados com suas orações, obtendo a melhora física e espiritual das pessoas, principalmente das crianças, que ela muito amava e às quais dedicava especial carinho.
Foi parteira e benzedeira, até morrer de infarto, em 1958.
Tanta dedicação rendeu-lhe merecida homenagem por parte da Prefeitura Municipal de Magé. A rua em que morou e que ainda abriga alguns de seus descendentes, hoje se chama Rua Maria Patrocínia.
Acreditamos que ela esteja bem pertinho de Deus, morando com as filhas em uma linda casinha de pau-a-pique, que ela mesma construiu, lá no Céu. 
(Texto de Honor Pacheco)

Pelo excelente trabalho que  exerceu no Município, ajudando à comunidade como parteira e como mulher de fé, dedicada à assistência espiritual, pelo amor e dedicação à sua família
A Academia Virtual Mageense - AVIMACLA reconhece MARIA PATROCÍNIA DE OLIVEIRA como PERNONALIDADE QUE ESCREVEU UMA BONITA PÁGINA NA HISTÓRIA DE MAGÉ.