sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

Horácio José de Paiva

 Academia Virtual Mageense de Ciências, Letras e Artes - AVIMACLA

Patrono: Felipe Tiago Gomes
Presidente: Ivone Boechat
PERSONALIDADE QUE ESCREVEU UMA BONITA PÁGINA DA HISTÓRIA DE MAGÉ
H O R Á C I O J O S É D E P A I V A
Horácio José de Paiva foi um homem íntegro, bondoso, leal e competente. Ele deixou marcas indeléveis no 6º Distrito de Magé, onde atuou como comerciante, subdelegado, professor, juiz de paz e dedicado colaborador das igrejas católicas.
Filho de Arsênio José de Paiva e de Egydia de Almeida Paiva, Horácio nasceu em Suruí, 4º Distrito de Magé, a 04 de setembro de 1881.
A morte prematura de dona Egydia levou o Sr. Arsênio a transferir residência para Inhomirim (atual Bongaba), onde casou-se em segundas núpcias com Primitiva Teixeira, primogênita de um pequeno fazendeiro local. Acompanhavam Arsênio, os filhos Horácio, Antônio e Alice.
Uma vez instalados em Bongaba, Horácio passou a trabalhar na fazenda do sogro do seu pai, tendo se apaixonado por Marietta Teixeira, irmã mais nova de sua madrasta. Casaram-se em 1905 e foram morar em Pau Grande, onde Horácio tornou-se proprietário do Armazém Central, um comércio de secos e molhados. Naquela localidade nasceram os primeiros filhos do casal.
Em meados de 1912 Horácio mudou-se com a família para a Raiz da Serra, transferindo também o seu comércio para o novo local. Com a chegada de outros descendentes, o casal atingiu um total de dez filhos.
A família Paiva residiu, inicialmente, na Estrada de Pedras, em uma casa pertencente à Fábrica da Estrela. Poucos anos depois, o intrépido Horácio adquiriu um pequeno imóvel nas imediações da estação de trens, ao qual implementou grande reforma, visando à sua renovação e ampliação. Inaugurada em 1929, a casa de Horácio (imagem 2) encontra-se em excelente estado de conservação, graças a um de seus netos, atual proprietário.
Foi na Raiz da Serra que a vida de Horácio atingiu o ápice. Ali estava instalada a Delegacia do 6º Distrito de Magé, onde, por muitos anos, ele exerceu, com extrema lealdade, as funções de Subdelegado. Assíduo, correto e competente, tornou-se conhecido, admirado e respeitado em todos os setores da sociedade mageense.
Sempre disposto a ajudar, Horácio buscou aval da Prefeitura e criou uma escola para alfabetização de adultos, na Raiz da Serra. Inaugurada, provisoriamente, em sua própria residência, a escola ali permaneceu por longos anos. Muitos conterrâneos, que não tiveram oportunidade de estudar quando jovens, foram por ele alfabetizados na principal sala da sua casa. Duas de suas filhas o auxiliavam nesse honroso trabalho.
Não bastasse tanta dedicação, este nobre cidadão ainda atuou, durante décadas, como Juiz de Paz no 6º Distrito de Magé. Nessa função, teve oportunidade de realizar o casamento de Manoel Francisco dos Santos e Nair Marques (o jogador de futebol Garrincha e sua primeira esposa).
Patriota vibrante, não perdia a Parada Cívica de 7 de setembro. Sempre comparecia à Av. Presidente Vargas, no Rio de Janeiro, para participar das comemorações do Dia da Pátria.
Viúvo aos cinquenta e três anos, Horácio optou por não casar novamente, dedicando-se intensamente ao trabalho e à família até o último dia de sua vida. Religioso fervoroso, católico praticante, foi citado duas vezes pelo Frei Aniceto Kroker em seu livro “Inhomirim, 250 Anos de Paróquia”, publicado em 1946. A primeira, pelo risco que correu com o desmoronamento de parte da Igreja de Nossa Senhora da Piedade de Inhomirim, quando da reforma do altar principal e a segunda pela dedicação, préstimos e esforços emprestados a outra grande reforma realizada, na mesma igreja, pelo Frei Candido Spannagel, OFM, em 1935.
Horácio também foi proprietário de uma banca de jornais no 6º Distrito de Magé. Por conta disso, semanalmente, tomava um trem em Raiz da Serra e seguia até o Rio de Janeiro para pagar a conta do material que vendia na banca. Em uma daquelas viagens, ocorrida a 30 de dezembro de 1963, quando embarcava em um bonde na Av. Francisco Bicalho, no Rio de Janeiro, o VLT arrancou enquanto ele ainda estava no estribo. Segurando o balaústre com apenas uma das mãos, pois na outra carregava um guarda-chuva e a sua inseparável pasta de couro, o idoso de 82 anos não teve força suficiente para se sustentar e caiu, chocando a cabeça contra o meio fio. Levado, em coma, para o Hospital Souza Aguiar, não resistiu ao traumatismo craniano, vindo a falecer durante a madrugada do dia 31.
Sepultado no Cemitério de Raiz da Serra, no mausoléu da família Paiva, este importante mageense foi, posterior e merecidamente, homenageado pela Prefeitura de Magé com a criação da Escola Municipal Horácio José de Paiva, na Raiz da Serra e a inauguração da Rua Horácio de Paiva, em Piabetá.
(Texto de Honor Pacheco)
POR SUA LINDA TRAJETÓRIA NO MUNICÍPIO DE MAGÉ, PELA DISPONIBILIDADE DE SERVIR AO PRÓXIMO E A TODAS AS CAUSAS SOCIAIS
HORÁCIO JOSÉ DE PAIVA É UMA PERSONALIDADE QUE ESCREVEU UMA BONITA PÁGINA DA HISTÓRIA DE MAGÉ.
Magé, 28 de setembro de 2022
Ivone Boechat
Presidente
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