José Clemente Pereira

 Academia Virtual Mageense de Ciências, Letras e Artes - AVIMACLA

Patrono: Felipe Tiago Gomes

Presidente: Ivone Boechat

PERSONALIDADE QUE ESCREVEU UMA BONITA PÁGINA NA HISTÓRIA DE MAGÉ

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JOSÉ CLEMENTE PEREIRA

José Clemente Pereira - seu nome original era José Pereira. Filho de Raimundo Pereira da Silva e Mariana Paiva da Silva. Nasceu em 01 de fevereiro de 1909 no Acre e foi registrado no Curato do Rio do Juruá no Bispado do Amazonas, em 26-02-1910. Depois foi com seus pais para Messejana no Ceará. Como existia na época muitos José Pereira na cidade, ao ser registrado no Cartório, mudou seu nome para José Clemente Pereira.

Seu pai era seringueiro e casou-se com uma índia (Mariana) e como estavam mal financeiramente foram para o Ceará. Chegando ao Ceará, prosperaram como proprietários de armazém e adquiriram terras com açude que na época era privilégio das famílias prósperas. Tiveram 17 filhos, mas somente 8 (oito) sobreviveram: Alfredo, Waldomiro, Maria, Chaguinha, Antonia, Francisco, José e (?)

José Clemente, ainda bem jovem queria estudar para ser padre e seu pai o ajudou a ingressar no Seminário Católico.

Foi seminarista no Ceará, colega de seminário de Dom Jaime Câmara. Durante o Curso, mudou de ideia e deu outro rumo na sua vida. Decidou deixar o Seminário e veio para o Rio de Janeiro, na década de 30. Aqui chegando, atuou primeiramente como comerciário.

Depois, serviu o Exército no Rio e sua tropa chegou a marchar, até Lorena - São Paulo na Revolução de 1932.

Em 26 de agosto de 1935, José Clemente firmou contrato de trabalho com as Fábricas Unidas de Rendas e Bordados de Andorinhas. Magé recebia assim mais um cidadão honrado, dedicado, trabalhador, cumpridor dos seus deveres e respeitado.

Quando ingressou na Fábrica, foi importante a cultura de José Clemente, porque os seus proprietários eram alemães e ele conseguia se comunicar bem em alemão e latim. Assim, nas reuniões tudo se tornava mais fácil para o trabalho em equipe com o Sr. Oskar Walter Julius Ungers – Gerente Técnico, Arthur Strauss – Assessor da gerência e o Sr. Herman Matheis, um dos proprietários das Fábricas Unidas de Rendas e Bordados, formando uma equipe de trabalho muito competente.

Em Andorinhas, Clemente conheceu a jovem Carmélia da Silva com quem se casou no dia 10 de junho de 1936. Tiveram 03 filhos: Neiva Clemente Pereira, Ubaldo Clemente Pereira e Ana Lucia Pereira. Casaram-se somente no civil, por respeito ao Seminário. O casamento no religioso aconteceu em data posterior. Neiva, a filha mais velha, foi madrinha de casamento dos pais que aconteceu na sala de sua própria casa.

José Clemente gostava muito de ler e tinha uma biblioteca com muitos livros. Gostava de escrever também. Foi convidado para se envolver na política várias vezes. Nunca aceitou.

Cuidava do Bairro de Andorinhas com muita atenção. Sempre que pediam benfeitorias nas casas, que eram da Fábrica, atendia rapidamente, deixando tudo sempre limpo e as casas em ordem.

José Clemente se juntou a vários amigos:

Luiz Lavanese, Antônio Herédia, Arthur Strauss, Agostinho Alves, dr. José F. G. Borrajo, Dilson Passos, Jaime L. da Rosa

e formaram sociedade, criaram uma Farmácia para atender à população, com melhores preços.

Depois, José Clemente abriu a Loja da Fábrica que vendia tecidos a preço de custo e os produtos têxteis excedentes para todos na cidade que, às vezes, os revendiam para extrair lucro e sobreviver.

José Clemente foi Presidente de Honra do Andorinhas Futebol Clube. Estava com projeto de construir a piscina na parte de traz do campo do Clube: basquete e vôlei na lateral. Tinha muitos planos, quando faleceu...

José Clemente Pereira recebeu o Título de Cidadão Mageense Honorário no dia 02/08/1966 por força da Lei 37/66 da Câmara Municipal de Magé. O documento é assinado pelo Exmo. Sr. Prefeito de Magé Comandante Lauro Vieira Guaranys e o Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal Cel. Abílio Gomes Vieira.

Em 11 de Dezembro de 1970, faleceu José Clemente Pereira num acidente de carro em Teresópolis, quando ia se confraternizar em um jantar com alguns funcionários da Fábrica.

No funeral foi velado na sala de sua casa. A Fábrica soou seu apito, desde a saída para o sepultamento, até o cortejo chegar ao cemitério de Santo Aleixo.

A filha, Ana, encontrou nos arquivos do pai, José Clemente, o texto abaixo, que, segundo ele, desejava escrever um hino em homenagem a Santo Aleixo. Mas a vida é assim, só deu mesmo tempo de escrever os primeiros versos:

Andorinhas princesa da Serra!

És orgulho para os filhos teus!

Tens a honra de ser uma terra,

Bem juntinho do Dedo de Deus!

José Clemente Pereira.

Sua digna história, sua dedicação e competência que honram e o enobrecem como cidadão exemplar distinguem JOSÉ CLEMENTE PEREIRA como uma PERSONALIDADE QUE ESCREVEU UMA BONITA PÁGINA NA HISTÓRIA DE MAGÉ.

Presidente

Ivone Boechat

Magé, 01 de dezembro de 2021

(Informações de Ana Lúcia Carvalheiro - filha de José Clemete Pereira)

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