quinta-feira, 31 de dezembro de 2015



                        Ano novo

Ivone Boechat

No horizonte da esperança vão raiar as luzes de uma nova era. O Ano Velho está saindo alquebrado, gasto; curvado ao peso dos dias, das promessas, da solidão. Vem chegando o ANO NOVO, como bebê recém-nascido, gerado no ventre da eternidade, assustado com o calendário, com medo da humanidade.
O ANO NOVO vai dando os primeiros passos, como criança frágil, tentando equilibrar-se na cadência de doze meses pequenos demais para tantos planos. Ainda não aprendeu a falar a linguagem desatualizada do Ano Velho: não tive tempo, esqueci-me, amanhã eu vou, um dia volto, não posso.
O ANO VELHO sai em contagem regressiva pela estrada descartável da ingratidão, nem sabe o que fez das 365 oportunidades anotadas diariamente na sua agenda de omissão. Fez de conta que não viu os dias com 24 horas do presente despejado pelo caminhão de entrega celestial e muita coisa perdeu-se do lado de fora.
Na reconstrução do tempo não se olha para trás. Tão logo o relógio aponta o minuto que faltava, já foi. Sem despedida e desculpas, passou você, ficou a realidade do simbólico e do imaginário, na curva do infinito. Já era. Nova Era. ANO NOVO! A hora é agora, não se espera na estação do tempo o que já foi.
Vem o NOVO! Chega depressa, sem avisar. Na empresa da vida não se arquivam ideais: ficam expostos na vitrine do potencial e saltam das prateleiras, toda vez que o painel de atitudes entra em ação. O automatismo de decisões faz parte da capacidade individual e ressalta na luminosidade da visão confiante. A maior pedra de tropeço nesta estrada é VOCÊ.
FELIZ ANO NOVO! Feliz construção de cada dia! Feliz administração da vida! Feliz desempenho na gerência das emoções, no controle do EU, na conquista do espaço, no exercício do respeito.
A velhice do Ano Velho, em fase de substituição, já mostra rugas de preocupação na testa do dever cumprido. Um vendaval de desculpas sopra forte sobre os erros, deixando à mostra as cicatrizes do mau uso do tempo. Cuidado com o vento.
Feliz Ano Novo, sempre!

Publicado no livro Escola Comunitária 4ª Ed Reproarte RJ 2001
Publicado no livro Por uma Escola Humana, Ed. Freitas Bastos, RJ 1987

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015






Prece de ano novo


                                          Ivone Boechat

Senhor,
resplandece o fulgor do
Ano Novo,
expectativas, mistério, perguntas,
ansiedades,
fazem da festa um mundo
de curiosidades;
há, por toda parte, calendários,
previsões orçamentárias, planos de vida,
mas só tu sabes, Senhor, o que há de vir.
Neste instante de novidades e de abraços,
nesta hora de promessas e possibilidades,
dá que eu sinta o Teu poder e a Tua paz,
abrindo clarões no escuro da incerteza.
Senhor,
que nem mesmo a iminência da morte,
da despedida,
quando a dúvida rondar minha morada,
possam abalar-me a fé.
Que eu tenha vigor, paciência, perseverança,
pra recriar nas lições do desencontro,
e que eu sinta vontade de seguir em frente,
sempre que as circunstâncias me detiverem.
Senhor,
transporta meu pensamento
para os enlevos da vida,
fazendo-me contemplar
as visões de um novo mundo.
Renova minhas forças,
unge meu caminho,
abençoa o desdobrar
da página de cada dia.
Neste Ano Novo, Senhor,
habilita-me
para ser digna de entender
as missões da Tua obra,
iluminando-me cada passo,
nas dores, que eu O encontre,
nas orações.


Publicado no livro Amanhecer-3ª Ed Reproarte-RJ 2004




Prece de fim de Ano

                     Ivone Boechat

Senhor,
não vivi
o tempo do Ano Velho,
com a devida inteligência,
devo confessar,
gastei dias
abençoados demais
me equilibrando
nos vários empecilhos
da incompetência,
nos vendavais
da concorrência,
no medo de
tropeçar.
Senhor,
dá-me outro Ano Novo,
sei que não mereço,
não aprendi a ficar mudo
nas adversidades
e provocações
pelo caminho,
nem sei como viver as novidades
sem chorar;
reconheço,
a pequenina força,
se lutar sozinho,
sem orações,
não percebo tudo,
prometo melhorar
e nem um dia
me afastar do altar.

domingo, 27 de dezembro de 2015

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015




Natal, simplesmente Natal 

                                     Ivone Boechat

A humanidade
amanheceu diferente?
Alguém sonhou
que estava mais temente?
Os surdos espirituais
juntaram-se aos cegos sociais
para fazer estrondosa manifestação
em prol do amor?
Ah! Então hoje é  Natal;
quem desejou o mal, não deseja mais,
quem abandonou, foi buscar filhos e  pais,
aquele que odiou se blindou do mal,
está neste momento, sem nenhuma dor moral,
acaba de prometer a si mesmo
e aos demais,
que ao invés de ostentação,
vai dobrar os joelhos,
promover ação;
daqui pra frente,
seguir os conselhos
 e cuidar da fé,
receber, definitivamente,
Jesus no coração.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015


(Mensagens e poesias de Ivone Boechat)

sábado, 19 de dezembro de 2015




Maria – mãe do amor

Ivone Boechat

Quem conseguiu avaliar a fé e o privilégio de Maria no exercício da sagrada missão?

Quem pode definir a ternura de Maria, dedicando-se à gloriosa tarefa de abrigar no seu ventre o mais perfeito Amor-Senhor Jesus ?

Quem jamais poderá desvendar o segredo de Deus na seleção de Maria para compor o cenário de tamanha divindade?

A mulher admirável que dignificou a todas as mulheres tem

> um caminho glorioso planejado por Deus
> a bondade de todas as mães
> o ventre abençoado, com as marcas e o segredo do impossível.

Maria de mãos postas, elevando a súplica da solidariedade, da bondade- simplesmente, Maria, o resumo de todas as marias.

Uma flor nasceu ao pé da cruz, exalando o perfume do consolo, do afeto, do abrigo- Maria, mãe do Amor!


Um coração terno, meigo, companheiro; olhar bondoso, um discurso tão suave, com tanta alegria, simplesmente, Maria.

Maria reuniu na própria alma:
bondade, pureza, fé, simplicidade, submissão e o amor que fizeram dela o modelo mais bonito de Mulher.

“E o anjo disse-lhe:
Descerá sobre ti o Espírito Santo e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra”...
Lc 1:35

Maria -a bem aventurada - serva do Senhor, como ela mesmo disse: “Eis aqui a serva do Senhor; que se realize em mim tudo conforme a tua palavra!” Lucas 1:38

Jesus é o Senhor: "Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória pois a ele eternamente. Amém" Romanos 11:36


sexta-feira, 18 de dezembro de 2015



Natal

                                                          Ivone Boechat

Nossos corpos se enfeitam com a beleza da gratidão e as luzes da fé para compor o presépio de Natal na gruta da oração: Jesus Nasceu!

Há, por toda parte, notas musicais na pauta de cada gesto. A grandiosa orquestra do amor afina seus acordes na harpa dos séculos. É Natal!

Na simbiose definitiva do perdão e da prece, lágrimas se derramam no cálice da esperança. Nós, ovelhas do campo de Belém, apascentamos a doce alegria da promessa cumprida.

A noiva celestial levanta sua grinalda de estrelas e contempla a eternidade no berço humilde da estrebaria. Em meio aos rumores do mistério, a vida se define e se justifica no calor dos braços de Maria, Mãe do Amor!

Natal de árvores brilhantes e rostos apagados na sobrevivência do abandono. Natal do encontro de pessoas desencontradas na distância. Natal da criança feliz, abrindo fitas na festa da ilusão de cada dia. 

Natal do menino que chora, que pede e se despede nas ruas da amargura. Natal dos manjares, da toalha de linho, das velas coloridas na anemia da vaidade. Natal de Jesus Cristo, diariamente, no calor do abraço amigo, da mão estendida, do olhar carinhoso, do teto e da porta aberta.

Natal da fé! Natal da Igreja de Cristo, pronta, forte, confiante, guerreira. Natal da caridade que se esforça e vai às favelas, distribui esperança, planta a justiça, semeia o Evangelho, acende a luz das Boas Novas. Natal de felicidade na certeza do olhar de cada rosto.

Natal sempre, de janeiro a dezembro, sem dia pré-estabelecido no coração dos homens de má vontade. Natal no propósito, no desejo de servir ao próximo aflito, distante, na frieza do egoísmo. Natal do perdão, sem barreiras, sem bandeiras, protocolos, normas, constituições. Natal de ações.

Natal de agora, na ternura, no altar, suplicando, de joelhos, que Jesus Cristo continue iluminando corações, multiplicando a capacidade de amar, de servir, de ir, ou de ficar de olhos fixos na Sua palavra, na Sua promessa de arrebatamento no juízo final.
Feliz Natal!


(Escola Comunitária-1ª edição CNEC DF 1992)

terça-feira, 15 de dezembro de 2015


 

As velas do N a t a l

Ivone Boechat


Acende as velas
da árvore de sua vida
para aquecer a família
neste Natal!

Pendure os presentes,
bem amarrados,
e faça uma promessa
a você mesmo
de se libertar
dos passados.

Faça um pisca-pisca
dos seus olhos,
e não dê tanta
importância
às coisas passageiras.
A vida é um festival!

Segue em frente!
Prepare a ponteira
da árvore para indicar
novo caminho,
afinal,
tudo é festa,
nesta noite de Natal!

Amanhecer  1a.2a. 3a. e 4a. edições Reproarte RJ 

Natal de união

               Ivone Boechat

Onde está você
que ainda não entendeu
 a linda história do Natal ?
Levante a cabeça
e nunca se esqueça
da maravilhosa paz
que Jesus ofereceu!
Deixe a paz dominar sua vida,
cheia de alegria,
cante este manifesto com o seu irmão,
tome posse da vitória todo dia...
abra seu coração,
 a estrela do amor
sempre brilha
no caminho da união.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015



Ceia de Natal


Ivone Boechat

Não vá
para a ceia de Natal
alimentando
rancores, mágoas,
ressentimentos,
delete os sons
ruins do passado,
tenha pensamentos bons,
dê uma pausa
aos lamentos,
às dores,
descanse o coração,
enfim, é um dia
muito especial
de gratidão,
enfeite a vida de flores,
feliz união,
Feliz Natal!



(Amanhecer-4ª.edição)


Quando chega o Natal

Ivone Boechat

Quando ressoam os primeiros acordes
da festa do Natal,
uma saudade imensa
acorda os corações da humanidade,
parece que o livro da vida foi aberto
lá na introdução da história
que ficou bem longe;
vultos e personagens desfilam
nas memórias,
ressurgem latentes, vivos,
num caminho de luz;
preste atenção,
muitos de nossos pais
já se foram, mas deixaram,
a data simbólica do aniversário,
e a doce missão de abraçar
Jesus.
  

(Amanhecer-4ª.edição)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015



Natal


              Ivone Boechat


Natal
é a mais bela oportunidade
de reunir a família
em volta da compreensão,
tempo de fazer
um novo pacto:
rever a jornada,
numa doce vigília
de oração;
gratidão e felicidade
palavras fortes
nesse mutirão,
a mais bela a humildade,
a mais necessária - perdão.


(Amanhecer-4ª.edição)




Natal com dores

Ivone Boechat

Daqui a pouco,
em plena noite de Natal,
haverá milhares de crianças
sozinhas, sofrendo
nas ruas, em casa, nos hospitais,
pela ausência de governos e de pais...
A população encarcerada,
compactada,
faminta e doente,
suplica afeto,
clemência,
atendimento e perdão
por optar pelo caminho do mal,
quem vai escutar seus ais?
Famílias choram
a ausência de seus filhos,
vítimas da violência!
A sociedade triste
paga caríssimo
pelo atendimento
social que não
existe,
mas lhe apertam a mão,
nada fazem de novo,
prometem inclusão,
fingem que atendem
o clamor de segurança
legal;
conquistam confiança,
tomam posse do poder,
distribuem em migalhas
o que tomaram do povo,
como se fosse um favor,
e, afinal,
o povo paga a conta
dos cartões desejando
a eles
Feliz Natal!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015



Natal e abandono?


Ivone Boechat

Por que fingir
que não se vêem
pessoas  tristes
nesse  Natal?
Não é proposta pra resolver
abandono dos idosos
e crianças
deste mundo  invisível,
virtual;
o propósito
é perceber ainda
que existe gente
de luto na família,
sozinha,
isolada, sem esperança,
doente,
por incrível que pareça,
algo que estremece
ouvir dizer que você

desconhece.

domingo, 6 de dezembro de 2015



Wilma's Exprees Glitter (Anim.)


Bora
Ivone Boechat

Entre nesse trem do sonho,
sem banco de lamentos,
sem cobrador,
enxugue o suor
para embarcar
risonho,
 a passagem
 foi paga
com vale
 sofrimentos,
até chegar
 à estação do amor!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015




Contrastes do Natal

Ivone Boechat

O Natal me faz, ora alegre,
ora pensativa e triste,
triste pelos abraços
que economizei,
alegre pelos presentes
que toda vida dei
a quem merece ou não;
triste pelos ausentes
que já foram
perfumar outro jardim;
alegre pelas vezes
que abri o coração,
do princípio ao fim...
alegre,
ao repartir,
renunciando a mim.

Mensagens e poesias de Ivone Boechat