sexta-feira, 6 de dezembro de 2019


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Cadê você ?

Ivone Boechat
  
Onde está aquele menino
que se perdeu
devagarinho
nos caminhos do Natal?
Aquele menino é você,
anônimo,
na palidez da concorrência,
cansado de tanto correr,
correndo atrás do dinheiro,
se esquecendo de viver...
Tire seu nome afinal
dos achados e perdidos,
valorize mais você,
que tal?
refaça conceitos,
reconheça direitos,
arquive os dias falidos,
aí a gente se vê,
feliz da vida,
nesse Natal.

Amanhecer 3a.edição Reproarte 2004 RJ

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

domingo, 8 de setembro de 2019

quinta-feira, 5 de setembro de 2019


Brasil
Ivone Boechat

Brasil, ó meu Brasil,
como você penou
a vida inteira
em mãos
impiedosas e sacrificantes!
seu povo se dispõe a trabalhar
e crer,
sempre confiante,
num milagre!
Se uma luz se acende
não falta quem se consagre
a permanecer lutando,
brigando, gritando
por você, Brasil!
O Senhor desenhou,
de próprio punho,
cada recanto, cada rio, cada flor,
dentro de um território,
jamais visto,
em riqueza e esplendor;
não existe nada igual, 
ninguém tem
essa obra feita sem rascunho,
de beleza
magistral,
impossível não agradecer,
dizendo amém.

Amanhecer 4a.edição 2014 RJ

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

                                                                       

                                                                                   
Boutique de mãe
Ivone Boechat

Toda mãe
é costureira,
faz trabalhos de mão:
remenda, pinta
e borda,
tece
a vida da gente;
é faxineira,
ajuda a espanar
a poeira
da indecisão;
mãe é trabalhadeira,
cozinha com água
morna de torneira
conflito de
parente;
é mestre na arte
de liquidação
da tristeza
aparente.

Amanhecer 4a.edição 2014 RJ

domingo, 11 de agosto de 2019

                                                                   
                                                             
Homenagem ao meu pai
Ivone Boechat

Recebe esta homenagem
sincera e linda
para perfumar,
com imenso carinho,
a sua memória,
meu pai;
é um gesto especial
para rever ainda
as marcas de luta no caminho,
na construção de sua linda
história;
não foi herança de riqueza,
troféus, medalha fria,
nome de rua,
homenagens, reconhecimento
que o destacaram,
é a beleza
de sua biografia,
acesa num caminho de luz;
seu nome estará para sempre
registrado pela obra,
grandiosa obra,
que honra, transcende, ilumina
por onde o senhor passou,
levando a cruz.

Amanhecer 4a.edição 2014 RJ

segunda-feira, 5 de agosto de 2019


Textos de Ivone Boechat

sexta-feira, 2 de agosto de 2019



                                                  Amanhecer 3a.edição Reproarte 2004 RJ

quarta-feira, 31 de julho de 2019

segunda-feira, 29 de julho de 2019


Trovas de Ivone Boechat

sexta-feira, 26 de julho de 2019



Meu verso interior

Ivone Boechat

Sou a poesia mais bonita,
como todas são
inspiradas por Deus,
não fui escrita
nem revelada
a ninguém,
seria entendida
pelos meus
em profundidade
e dimensão?
Não tenho ritmo,
tenho rima,
não vivo sem;
muita alegria,
pouco choro,
na cadência
do bem;
tenho prazo de validade
 eterna
no meu verso interior,
no arquivo da oração,
autógrafo divino
autentica o coração.

quarta-feira, 24 de julho de 2019

terça-feira, 23 de julho de 2019

                                                                           

                                           Criança
Ivone Boechat

Toda criança
é semente
de paz ou
de guerra,
é preciso adubar
a terra
dos canteiros
do sonho
infantil;
afastada da educação,
cuidado, perigo.
A criança deve
aprender a praticar
o verdadeiro significado
da palavra amigo,
a separar o joio do trigo,
a lutar, perder e vencer;
as crianças
 são projetos seus.
jamais se esqueçam
de estar perto,
nenhuma vida dá certo,
se afastada de Deus.

Amanhecer 3ª.edição Reproarte 2004 RJ

segunda-feira, 22 de julho de 2019

Missão

Ivone Boechat
Não faço verso
pra ninguém achar
bonito,
nem meu grito
servir de inspiração
aos amores artificiais,
sou catadora de letras,
junto aquelas que encontrei
por aí perdidas,
dou a elas vida própria,
direito à rima,
nada mais.


Amanhecer 3a.edição Reproarte 2004 RJ

segunda-feira, 15 de julho de 2019


Pássaro

Ivone Boechat


Sou um pássaro ferido
pelas ventanias
que não se cansa de voar,
trago nas asas
muita fantasia
das revoadas,
não levo pesar das noites frias,
são tristezas superadas
nas alegrias;
sou um pássaro
acostumado à vertigem
das alturas,
já me sentei no infinito
pra pensar;
dei vôos rasantes,
toquei com minhas asas
na loucura,
ferido na ilusão
do dia-a-dia,
ainda encontrei motivos
pra cantar.



Amanhecer 1a.edição Unigranrio 1983 RJ

sábado, 13 de julho de 2019

Rosa da esperança

Ivone Boechat


Ao abrir os olhos
do meu pensamento,
vi a mais linda flor
se abrindo
no canteiro da esperança,
onde erva daninha
de nenhum lamento
poderia se abrigar;
seu perfume em sonho
veio me acordar,
com lágrimas de alegria,
de inspiração e ousadia,
caindo
como orvalho
sobre os versos
que componho,
para me regar.

Amanhecer 4a.edição 2014 RJ

sexta-feira, 12 de julho de 2019


                                                             
A gente passa

Ivone Boechat

Que pena, mamãe,
a gente não vê
a gente passar,
vamos como brisas
e fumaças,
fluindo, evaporando,
nos vãos,
como ondas do mar;
ontem, crianças,
no calor do ninho,
depois
brincando na praça
com os irmãos,
nossa esperança era
fugir dos perigos
e ficar 
mais um pouquinho;
hoje distantes,
vivendo o silêncio
da graça de orar
baixinho:
Senhor,
livra-nos
dos perigos,
queremos viver
como  irmãos
amigos.

Mensagens e poesias de Ivone Boechat

quinta-feira, 11 de julho de 2019

domingo, 7 de julho de 2019



MULHER

Ivone Boechat


Um aroma suave
exalou das mãos do Criador,
quando seus olhos contemplaram
a solidão do homem no Jardim!
Foi assim:
o Senhor desenhou
o ser gracioso, meigo e forte,
que Sua imaginação
 perfeita produziu.
Um novo milagre:
fez-se carne,
fez-se bela,
fez-se amor,
fez-se na verdade
 como Ele quer!
O homem colheu a flor,
beijou-a, com ternura,
chamando-a, simplesmente,
Mulher!


Amanhecer 3a.edição Reproarte 2004 RJ

sábado, 6 de julho de 2019

sexta-feira, 5 de julho de 2019


                                                                       
                               


Ivone Boechat

Eu sou o barquinho

que ninguém acreditou
fui solta na onda feroz,
engoli perigos,
massacrei tentações,
cuspi os desaforos
não perdi a voz;
estendi a âncora
pra fugir do inimigo,
afinei meu canto nos corais;
tomei dos anjos
asas e canções,
criei coragem,
acendi castiçais,
iluminei o barquinho,
não me perdi no caminho,
apesar dos vendavais!
Publicada no Amanhecer 1ª.edição Unigranrio 1983

quarta-feira, 3 de julho de 2019


Trovas de Ivone Boechat
registro de direito autoral

                                                       
                                                                   Trovas de Ivone Boechat
                                                                            registro de direito autoral
                                                               
                                                              Trovas de Ivone Boechat
                                                                        registro de direito autoral

sexta-feira, 14 de junho de 2019

quarta-feira, 12 de junho de 2019

                                                       

Amor
Ivone Boechat


Amor
divina chama
que emana
da etérea imagem
da unção
celestial,
vai gerando
energia, força, coragem
para  blindar
o coração
do mal;
o amor
reside nos pensamentos,
como brasa
acessa, eficaz,
aquece relacionamentos,
num sopro constante,
com  aroma
de perdão e paz. 

Amanhecer 4a.edição 2014 RJ

quinta-feira, 30 de maio de 2019

O que é mais belo?

                                                 

                                   

O que é mais belo?

 Ivone Boechat

Você quer saber

o que é mais belo?
O amanhecer da vida, 
ser criança
ou a maturidade do adulto,
pôr-do-sol?

Durante o dia,brilho, 

calor da luta, correr...
à tarde, o sol se pondo,
sem cruzar os braços,
reduzindo o brilho,
para a vida reacender!

O que dá mais prazer?

o esplendor da madrugada
ou a esperança, 
sol da maturidade,
reacendendo em cada idade,
a alegria de viver?

AMANHECER 3ª.Ed Reproarte- RJ 2004

segunda-feira, 20 de maio de 2019


Floração

Ivone Boechat


A cana brota no brejo
pra ser vendida no varejo,
virar bagaço,
ração de mula,
cachaça,
melado?
Não, a cana
não vem a toa,
nem se anula,
ela se doa
no amasso...
tem graça
no seu recado:
toda pessoa 
tem o gomo
 do sonho
que o destino
 transpassa;
o gomo mais doce
é doado,
tem sabor
de charme
que mata a gula;
a doçura
de quem abraça
alivia o cansaço
na floração do amor.

sábado, 6 de abril de 2019

quarta-feira, 20 de março de 2019

sábado, 16 de fevereiro de 2019

Amanhecer 4a.edição 2014 RJ

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019



                                                          Amanhecer 1a.edição Unigranrio 1983 RJ




Textos inúteis - Ricardo Boechat
Ivan Dutra de Faria

Doutor pela UNB
Mestre em Planejamento e Gestão
Consultor Legislativo no Senado Federal

A gente talvez tenha se conhecido. Quem sabe a gente tenha jogado a mesma pelada em campinhos improvisados – no mesmo time ou não. Mas certamente tomamos banho no mesmo rio, o do Pico.
Ele amava Santo Aleixo, onde tinha uma propriedade à beira do rio. O santo deu nome ao 2º distrito do município de Magé, onde havia um núcleo da honrada família Boechat, que chegou ao Brasil vinda dos Alpes pelos caminhos de Friburgo, de Cordeiro, de Itaperuna e de outros graciosos locais daquela serra,.
Certa vez, Santo Aleixo ganhou o apelido de “Moscouzinho”, algo bastante compreensível e, de algum modo, previsível. Ocorre que a vida da cidade era regida pelo funcionamento de duas fábricas têxteis – uma delas, propriedade de alemães e a outra de nordestinos. Não foi surpreendente, portanto, a formação de um forte núcleo do Partido Comunista Brasileiro (PCB) naquele lindo lugarejo, plantado ao pé da Serra dos Órgãos.
Construída predominantemente de forma mesopotâmica, Santo Aleixo tinha no rio do Pico e no rio Andorinhas os verdadeiros regentes do cotidiano daquela boa gente, talvez mais do que nos apitos das fábricas.
José Muniz de Mello e Emiliano Boechat eram vizinhos frontais. Seu Juquinha Mello, comunista histórico, da primeira leva, e o Pastor Emiliano eram amigos fraternos. O que parece surreal aos tuíteiros de hoje, envolvidos na minúscula tarefa de dar cor à sua verdade, negando a possibilidade da pluralidade de ideias e da fraternidade entre adversários de pensamento, era não somente possível, mas exercitado com gentileza - se não por todos, certamente por muitos.
Devastado por um câncer incurável, o velho comunista teve o conforto diário do digno pastor, até o seu último dia neste plano. O Evangelho e o Manifesto comunista não se digladiavam, pois a amizade, a fraternidade e a biografia conjunta não admitiam se reduzir a algo menor, ao menos em tais condições.
Juquinha Mello, meu avô materno, e Emiliano Boechat, do mesmo clã do Ricardo, eram amigos. Isso basta para quem tem ética, honradez, decência.
Ricardo nasceu em Buenos Aires e eu na Tijuca, apenas cinco dias antes dele. Ele estudou o 2º grau no Centro Educacional de Niterói e eu, vizinho frontal, no Liceu Nilo Peçanha. Apenas os poucos metros da Avenida Amaral Peixoto separavam o nosso cotidiano.
Cancerianos separados por tão poucos dias, vivíamos então em margens distintas de um rio povoado de automóveis. Mas estávamos juntos nos mesmos momentos que marcaram as nossas vidas de estudantes secundaristas do final da década de 1960 no Brasil. Tivemos os mesmos heróis.
Não nos conhecemos, Ricardo, que pena.
Mas, para mim, a sua morte foi a de um velho amigo - ético, honrado e decente.
O que me consola é a certeza de que você está no Pico.