terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

Joaquim Francisco da Silveira

 Academia Virtual Mageense de Ciências, Letras e Artes - AVIMACLA

Patrono: Felipe Tiago Gomes
Presidente: Ivone Boechat
SOLENIDADE DE POSSE NA ACADEMIA VIRTUAL MAGEENSE DE CIÊNCIAS, LETRAS E ARTES - AVIMACLA
Em conformidade com o seu Regulamento, a ACADEMIA concede o DIPLOMA de POSSE a
Renata Moreira Goulart da Silveira Guerra
Patrono: Joaquim Francisco da Silveira
Cadeira: 02
que neste momento se compromete a cumprir os seus deveres acadêmicos, tais como se esforçar pelo engrandecimento e a Expansão da Cultura Mageense, Cumprir e respeitar a Lei de Direitos Autorais, Zelar pelo bom nome da Academia.
Magé, 30 de outubro de 2020
Ivone Boechat
Presidente
POR QUE JOAQUIM FRANCISCO DA SILVEIRA É MEU PATRONO ?
Comecei a pesquisar e escrever sobre a história de minha família por volta do ano de 1999... Não tinha objetivo algum de tornar a coisa pública. Era apenas para que minhas filhas conhecessem suas origens. Interrompi o trabalho por falta de tempo e somente dez anos depois voltei a me dedicar ao assunto. Tinha muita lacuna a ser preenchida. Recomecei a mergulhar nas pesquisas, viajei em busca de documentos, visitei igrejas, cartórios, arquivos familiares, sítios da internet...
Pesquisando descobri o homem JOAQUIM FRANCISCO DA SILVEIRA, nascido na Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Sebastiana - Nova Friburgo/RJ (hoje essas terras estão anexadas ao território do município de Teresópolis), em 28 de novembro de 1868. Filho de pais portugueses, abastados e cultos, fazendeiros, produtores agrícola, possuidores de uma olaria e conscientes da necessidade de transmitir boa formação cultural aos filhos. A família passou pelo drama da morte de seus progenitores, vitimados por uma epidemia de cólera na região. Nessa época JOAQUIM, que era o filho caçula, estava com quatorze anos e menos de dois anos depois, foi se aventurar na província do Rio de Janeiro com um de seus irmãos. Conheceu neste local um comerciante mageense que o convidou para trabalhar em Magé. Assim chegou a esta por volta de 1887.
JOAQUIM, apesar de muito jovem, logo se destacou na cidade e abriu seu próprio negócio. Primeiro uma pequena taberna e em seguida um grande empório. Se casou com Belmira Maria Maciel da Silveira, com ela teve o primeiro filho (Manoel Francisco da Silveira - Maneco Silveira) e ficou viúvo pouco menos de um mês depois do nascimento deste menino. Contraiu segundas núpcias com Zulmira Martiny da Silveira e teve mais dezessete filhos, sendo que desses apenas a última criança não nasceu em Magé. Além da família, tinha como paixão a cidade de Magé, onde foi líder político, vereador por mais de um mandato, 1º suplente do substituto de Juiz Federal na circunscrição de Magé (1902 a 1905; 1910 a 1916) - através de eleição, negociante, capitalista, projetista, empreiteiro, artista amador e correspondente jornalístico. Muito culto, valorizava a ciência e entendia a necessidade do convívio harmônico homem x natureza.
Em 1894, foi obrigado a se refugiar na Argentina, após ataque sofrido à sua residência e empório, no evento conhecido historicamente como “Os Horrores de Magé”. Lá sobreviveu como mascate e professor de português, ao mesmo tempo em que aprendeu o espanhol e aprofundou o seu domínio da língua francesa. Ao retornar para Magé, voltou cheio de novas ideias empreendedoristas. Trouxe a primeira bicicleta para a cidade, assim como foi o primeiro a comercializar máquinas de costura no local.
Em 1910, projetou e empreitou a atual Praça Nilo Peçanha, saneando o antigo e insalubre Largo do Roccio Grande. Neste mesmo período, convenceu ao governo local que o arborizamento e embelezamento do centro da cidade, refrescaria a mesma, ajudando ainda a impedir o desgaste do solo com as enxurradas. Conseguiu autorização e apoio, liderando o plantio de árvores em todo o centro da cidade. Nas atuais ruas Simão da Motta, Dr. Siqueira (até a Praça Comendador Guilherme e adjacências), Padre Anchieta... Praças Nilo Peçanha, da Bandeira, também extinta praça da “estação” e a ainda a popularmente conhecida como “praça da delegacia”. Os flamboyants e oitis tão característicos na cidade de Magé, até alguns anos atrás, foram plantados por iniciativa dele. Ainda hoje, existem oitis na Praça Nilo Peçanha, plantados em frente a sua residência e empório na época.
Problemas políticos fizeram com que se afastasse da cidade, por ser um homem que acreditava que a política devia ser usada em benefício do povo e não de alguns, se tornando em muitos momentos a sua luta solitária. Após aproximadamente trinta anos dedicando sua vida a Magé, transferiu-se para Petrópolis em 1917 com a família, onde se dedicou à produção agrícola, deixando alguns de seus negócios em Magé com o único filho “Maneco Silveira”, que permaneceu na cidade.
Em 7 de julho de 1949, aos oitenta anos, faleceu no então quinto distrito de Petrópolis - São José do Rio Preto e foi sepultado em Itaipava.
Onde está o meu encantamento que justifique torná-lo meu PATRONO além de ser este homem meu bisavô paterno? Nas centenas de artigos que escreveu e publicou como correspondente jornalístico (já organizados em coletânea por mim, e que será em breve publicada), narrando uma Magé vivida por ele. Foi através de sua narrativa que me apaixonei e resolvi me aprofundar no estudo da história mageense e seus personagens esquecidos, dessa forma entendendo hoje também, o tamanho do amor que meu pai - Renato Goulart da Silveira, nutriu a vida toda por sua terra Natal.
Renata Moreira Goulart da Silveira Guerra
Magé, 30 de outubro de 2020
Presidente
Ivone Boechat
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