domingo, 10 de junho de 2012

Ecologia-Ivone Boechat



A sustentabilidade humana
 
 
O homem busca, em desespero, mas antes tarde do que nunca, a preservação do que sobrou neste Planeta. Não é impossível, até porque atitudes simples têm o poder de mudar o rumo de coisas importantes. Mas eis o impasse: por que não se começa a educar para o equilíbrio da ecologia humana? Quanto custa o esforço por um abraço, um sorriso, uma demonstração de afeto?

A Escola gasta quase todo o tempo destinado a ela resolvendo equações de primeiro e segundo graus e a criança vive refém de deveres de casa. Não há tempo nem espaço para brincar. Elas estão procurando o valor de X e muitas, a maioria, talvez, não encontra o próprio valor!
Dirão muitos que a concorrência exige tudo isso na corrida desenfreada ao mercado de trabalho: passar nos concursos, nos vestibulares e arranjar emprego... Ah! O emprego... com salários escravizantes...  
Certa vez, perguntaram a uma famosa atriz, centenária, o que a levou ao sucesso nos palcos do teatro e ela nem pestanejou: a fome. Estudar não lhe fez falta? Perguntou o repórter, e ela disse que não, porque a professora só ensinava algarismos romanos até 100. Por negligência, a Escola deixou de ensinar a preservar, a amar uns aos outros, a compartilhar, a viver em grupo e tantas outras coisas fundamentais à felicidade humana!

A educação tem os recursos pedagógicos para transformar a humanidade. Quem falhou? Ao invés de se ensinar só doutrinas, porque não se ensinam valores? Fé, amor, paz, união, misericórdia, fraternidade, solidariedade? Ensinar ao homem a ser bom é um grande desafio. Todas as guerras do Planeta têm origem nas doutrinas.

Quando o homem reflorestar as idéias, podar os galhos secos da ira, regar suas raízes no manancial da fé, vai colher os frutos de um mundo oxigenado de amor. O homem equilibrado vai equilibrar o Planeta!

Ivone Boechat

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