sexta-feira, 4 de agosto de 2017



Meu pai
     Ivone Boechat

Gosto de rever
a imagem forte do meu pai,
tremendo o assoalho
ao caminhar.
É doce me lembrar
como se temia
quando ele perdia
a abotoadura,
o guarda-chuva,
a chave de fenda!
Hoje é lenda
a figura enigmática,
a disciplina dura,
a rotina sistemática.
Pai não morre,
corre na frente
pra levantar o segredo do véu
e guardar pra gente
o lugar mais estrelado do céu.

Publicado no meu livro Amanhecer 3ª.edição Reproarte RJ 2004

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