Dia dos pais
Ivone Boechat
No desencontro diário, na corrida desenfreada pela sobrevivência, o que
poderia substituir o calor do abraço
amigo de um pai ?
Quando a humanidade se desorganiza, atônita na fumaça da poluição e na
palidez de medos e violências, uma voz se firma no aconchego da prece: seu pai.
Você, papai, não está superado, quadrado, caduco ou fora de moda. Seu
Autor o desenhou, detalhadamente, no figurino do Universo para o equilíbrio do Lar.
Pai, você tem sido atacado de todas as maneiras e tem sofrido os
dissabores da ingratidão e do abandono. A tecnologia se especializou na guerra
contra a família e, muitas vezes, você lutou, quase sozinho, porém os séculos
não apagaram seu
discurso de amor.
Você ajoelhou-se, diariamente, e clamou por seus filhos. No exemplo,
fortaleceu-se como homem correto e jamais se deixou abater nos apertos
financeiros. Sempre estendeu a mão amiga nas horas tristes e mesmo não tendo
muito para oferecer, deu tudo o que
possui.
No seu Dia, receba o sincero reconhecimento por tantas horas de renúncia,
de perdão, de afeto. Os filhos crescem para o mundo, todavia, ao seu lado, são
crianças frágeis, sem juízo, peraltas. Mesmo discordando de suas idéias, na
vaidade de conceitos “atualizados” e modernos, a última palavra é a sua.
Antigamente, quando pequenos, os meninos olhavam para cima para
escutá-lo, e hoje, mais altos do que você, continuam a olhar para cima, porque o exemplo ficou muito acima deles.
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