sexta-feira, 5 de julho de 2019

                                                                       
                               


Ivone Boechat

Eu sou o barquinho

que ninguém acreditou
fui solta na onda feroz,
engoli perigos,
massacrei tentações,
cuspi os desaforos
não perdi a voz;
estendi a âncora
pra fugir do inimigo,
afinei meu canto nos corais;
tomei dos anjos
asas e canções,
criei coragem,
acendi castiçais,
iluminei o barquinho,
não me perdi no caminho,
apesar dos vendavais!
Publicada no Amanhecer 1ª.edição Unigranrio 1983

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