quinta-feira, 9 de outubro de 2014





















      As políticas públicas para atender aos clamores da educação parecem estar sensacionais. Parecem!
Nas Escolas, há uma euforia lá para o lado dos refeitórios, uma verdadeira festança: hambúrguer, macarrão, muita salsicha, um festival de massa de tomate. E os fabricantes de mochilas, uniformes, cadernos e livros dando testada uns nos outros para vencer a maratona da concorrência e de encomendas! Na área de equipamentos, há um amontoado de fios e benjamins e lap top e tablet, data show, uma exposição de salas de informática que é um zun-zum, e ...vale transporte para as crianças...
     Aí, você passa pelos diários de frequência às aulas, confere o resultado da aprendizagem, anda pela avenida do desempenho e o resultado bate de frente com a qualidade da educação. Aquilo tudo não contribuiu, como se esperava, para a melhoria do rendimento escolar? Não rendeu tudo isto! O Rio de Janeiro amargou uma classificação no desempenho que é um horror, empatou com o Amapá no último lugar em resultados...Será por que?
     Será por que? O que adianta uma tecnologia pós-moderna e uma metodologia ultrapassada? De que vale um lap top na mão direita do professor e um salário de fome na outra mão? O que adianta uma barriga cheia de salsicha e um cérebro transbordando de informações desencontradas? Por que se adota um método de alfabetização já desprezado e condenado pelos países que têm interesse em acabar com o analfabetismo? O Brasil insiste... as crianças não são burras, o método adotado é para confundir.
    Coitado do professor! Cada um que se candidata e se esparrama por cima do salário milionário de político tem a cara de pau de dizer que sabe onde estão os maiores problemas da educação - e sabe mesmo, por isso passa bem longe da solução. Alguns chegam a propor plano de carreira e o professor passa a vida correndo e se desgraçando nos quatro empregos, correndo para morrer de tanto trabalhar. É isto que é carreira? Ah! então o professor tem plano de carreira!
    Coitado do professor, ele vê as crianças indo para a Escola com vale transporte, ele vai de carona, a pé, de bicicleta... Não que ele não concorde com essa proposta de dar conforto material ao aluno, só que ao professor só oferecem mais serviço... Quando alguém vai se lembrar de que o professor, diante desta zoeira toda de modernidade, precisa estudar e se atualizar, cada dia mais, se vestir melhor, falar, pelo menos duas línguas... e viver pelo menos 30 anos com a esperança de se aposentar.Morrer ensinando que tudo vai melhorar...no céu!


(extraído do Educação-a força mágica)

2 comentários:

  1. Por cá a educação também está nas ruas da amargura. Passou-se do oito para o oitenta sem preparação para isso, e acabou tudo enrolado. No tempo do fascismo a maioria da população era analfabeta, as crianças nasciam para serem burros sem rabo, tinham por livro o pau para tocarem os rebanhos do senhores que lhes pagavam com um prato de sopa que não tinham em casa. Quando atingiam força suficiente para agarrarem na enxada, passavam o lugar a outro. Veio a democracia, as condições melhoraram muito, mas a maioria de professores mal preparados e os pais analfabetos não davam grande melhoria no rendimento dos alunos. Aproximava-se o final do milénio, e as estatistias de Portugal na educação eram péssimas. Então as mentes iluminadas dos governantes baixaram a fasquia das notas e arranjaram estratagemas de modo a melhorar drasticamente as estatísticas na educação. E melhoramos muito. Passava tudo estivessem ou não preparados. Tinha que dar buraco e de novo as leis foram mudadas. E estão mudando sempre a cada novo governo, mas nunca dá certo porque o próprio governo se baralha todo. Por exemplo este ano, as aulas começaram há um mês e a maioria dos alunos ou não tem aulas na totalidade, ou tem uma ou duas disciplinas. A semana passada o ministro admitiu o erro, pediu desculpas e publicou nova lista de professores. E pasme-se .Há professores com horários em muitas escolas. Quantas? desde duas até 99. Leu bem noventa e nove. O caos absoluto.
    Um abraço e bom domingo

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    1. Mas o educador vai morrer lutando e acreditando que tudo vai melhorar! Mãos à obra, sempre!

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