Mães
Ivone Boechat
As mães
precisam, urgentemente, de orientação psicológica para promover a grande
reflexão que o momento não exige, implora. O ser humano não tem educação
emocional para participar, ao vivo, das convulsões sociais, porque a evolução,
em ritmo acelerado, ultrapassa as condições de adaptação e conceitos podem se
atropelar.
Mulheres,
quase meninas, estão, precocemente, com seus filhos nos braços, a maioria sem a
mínima noção da responsabilidade. Sem emprego, inúmeras delas, na ilusão de conseguir
recursos como trabalhadora diarista, procuram vaga na creche, que não existe,
para o recolhimento desta criança que deverá ser educada por alguém que, na
maioria das vezes não sabe o que é educar.
O círculo
vicioso da desassistência põe em risco a formação do ser humano, capaz de atuar
como sujeito e objeto das transformações que a humanidade reclama.
O que a
mãe precisa saber para ajudar na educação do seu filho? Ele está encantado com
esta Era da conexão. Até porque o
homem de todas as eras sempre se esforçou para mover este mundo e o outro para
se comunicar. Vem conseguindo verdadeiros milagres e isto não tem limite!
Então, desde pequenino, ajude a formar o espírito crítico da criança, oriente,
supervisione, diariamente. É uma tarefa sistemática!
A mãe não
vai conseguir tirar das mãos das crianças os aparelhos cada vez mais modernos e
abrangentes de comunicação. Ela consegue, sim, criar regras de uso e não é algo
fácil. É um exercício diário que só dará resultados num grande mutirão:
família; escola; igreja; juntos educando.
Crianças
obedecem a quem amam. Ufa! É um alívio saber isto. Não relaxe, elas obedecem,
também, ao desconhecido misterioso que lhe impõem ordens. Crianças adoram
mistérios. As crianças gostam de jogar com o desconhecido e, não orientadas
pelas famílias, ou solitárias por longos períodos, enquanto os pais estão fora
de casa, ficam embaladas na rede - web;
ali, podem pesquisar sobre as novidades radicais, porque têm autonomia para
decidir sobre como preencher o seu tempo. A liberdade
infantil induz a atitudes eufóricas, atiçam a curiosidade a novas sensações, e
ai, inimigos anônimos podem entrar em ação. Cuidado!
O índice
de crianças que têm pensamento de suicídio é alto. Segundo a Organização Mundial de Saúde a morte por suicídio mata mais
jovens do que o HIV em todo o mundo. O Brasil ocupa a 12º posição na lista de países latino-americanos com
mais mortes neste segmento.
Atenção: “75% das
crianças já viram imagens online que
as perturbaram, segundo uma pesquisa
da ONG britânica NSPCC. Fabricantes de computadores e revendedores deixam para
os pais a tarefa de encontrar e instalar softwares
que filtram material inadequado para crianças”.
Mães, atenção. A luta atual para se equilibrar no fio
esticado do circo da sobrevivência requer um planejamento singular na sua
agenda. Não desanime, trabalhe em equipe, estabeleça regras de uso da Internet,
use aplicativos e fique de olho nas crianças; sua prioridade! Bem usada a Internet é uma bênção.
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