segunda-feira, 30 de maio de 2016





Monólogo da criança

Ivone Boechat

Sou criança! Cheguei, recentemente, de uma longa viagem, andei pelo caminho misterioso do pensamento dos meus pais e, durante a concepção, fiz um estágio muito feliz, ao lado do coração da minha mãe.
Estou aqui, um pouco assustada, porque os adultos conversam coisas estranhas que ainda não consegui entender. A vida é simples, bonita e colorida, por que complicam tanto? Sabe, imaginam que nós, crianças, somos incapazes, fracas e bobas.  Não é nada disto.
A gente apenas se esforça para crescer e ajudar a construir este mundo: soltar os passarinhos das gaiolas; fazer jardins para os beija-flores; salvar o azul cristalino dos rios; abrir as janelas das casas e soltar as pessoas... proteger os animais!
As pessoas crescem, ficam fortes, nos sufocam com as suas idéias, não nos deixam falar.
 Quero dizer que toda criança traz uma mensagem divina de paz.

Por favor, se você está triste, magoado, ou muito cansado, que culpa têm as crianças? Não deposite suas dores e lágrimas nesta plantinha que mal começa a brotar, ela se chama criança, para crescer e florescer feliz dê a ela fluídos magnéticos e milagrosos do Amor.


Publicado no livro Escola Comunitária, 1.ed. CNEC-Brasília  1993 DF

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