Neste novo tempo, o maior objetivo da educação é tornar o indivíduo adaptável. Este indivíduo deve estar apto para viver a era de “transiência” e lidar com a provisoriedade social. É preciso educar para administrar a desagregação precoce: as pessoas passam muito rápido. Substituem-se idéias, fatos, objetos e os lugares estão cada vez mais visíveis e muito perto. Deve-se educar para interagir com a sociedade planetária.
O Brasil enfrenta o dissabor de analfabetismos latentes, tanto dos que lutam para se equilibrar no fio esticado das escolas ultrapassadas como daqueles “formados” para o exercício de nada. E o mundo está gritando por socorro para atender às exigências da sociedade letrada. Fala-se na inclusão da prática geradora do letramento, termo aparentemente novo, porém, educadores dos tempos mais remotos já apontavam para a necessidade dessa postura na educação. Jesus ensinou o tempo inteiro através de sua moderna metodologia de leitura do mundo.
Todos os educadores, inclusive os ateus, se espelharam nele e Vygotsky e Piaget, concluíram que a aprendizagem se processa numa relação interativa entre o sujeito e a cultura em que vive. Nos tempos atuais, Paulo Freire foi um dos precursores da proposta de alfabetizar letrando, além de Emília Ferrero, Magda Soares e outros.
De acordo com as informações do MEC/INEP–2001, cerca de um milhão de crianças da 4ª série do ensino fundamental não sabem ler e muito menos escrever, não acharam o valor de x, porque também não acharam o valor delas. São pessoas fantásticas com talentos maravilhosos, com dons latentes, com vocações perdidas na pilha de exigências escolares totalmente defasadas. Ainda se hierarquiizam as disciplinas e como discriminam...
Educar é despertar educadores e alunos para que fiquem encantados com a descoberta, com o novo e, sobretudo, com vontade de aprender, cada vez mais. Segundo Nietszche “O educador é parte de uma tarefa mágica, capaz de encantar”.
Para encantar é preciso ensinar de forma criativa, otimista, intuitiva e feliz. O ambiente interno deve ser planejado para se alcançar equilíbrio; a autoestima deve ser trabalhada com vigor. Nenhuma pista de inteligência pode ser descartada.
Para encantar o aluno, primeiro, é preciso encantar a equipe que trabalha na Escola, principalmente o professor.Todos devem estar comprometidos com o contrato de parceria para alcançar sucesso na educação.
Nas estratégias de encantamento há recursos de baixo custo, principalmente aqueles relacionadas com as mudanças de comportamentos, procedimentos, atitudes. Falta de atenção, desinteresse, indisciplina, desmotivação, baixa autoestima, baixo rendimento escolar são fortes sintomas de desencanto. O ponto de partida para se iniciar o processo de encantamento é fazer o levantamento das expectativas. A educação deve exceder às expectativas.
Toda a equipe deve ter uma postura de empreendedor, com ações voltadas para a qualidade e muita agilidade para implantar as mudanças necessárias.
Tópicos para reflexão:
> Como educar para ajudar o indivíduo desta Era a se equilibrar frente a toda esta provisoriedade?
> Educar é interagir com a sociedade educadora – a sociedade educadora se reconhece no espelho do projeto da Escola.
> Um desafio: educar para a formação de cidadãos com uma consciência planetária, atuantes e sempre prontos a aprender a novidade desafiadora.
> O educador é parte de uma tarefa mágica, capaz de encantar o tempo todo. O primeiro passo é buscar recursos para convencer da importância de aprender “aquilo”.
> Para encantar é preciso ensinar de maneira criativa, intuitiva, otimista e feliz.
É de fundamental importância encantar toda a equipe, mas, sobretudo, o professor. Alunos, pais e comunidade são sócios comprometidos com o sucesso.
Parabéns, Ivone, pelo novo "filho", abraços, Bere.
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